Correio de Carajás

Motorista que atropelou comerciária na Antônio Maia é denunciado à Justiça

Quase três anos após um acidente que chocou e comoveu a população marabaense, finalmente o caso chegou ao Poder Judiciário com o motorista responsável sendo denunciado por três crimes. Era Dia das Mães de 2015 – 10 de maio – quando a comerciária Jovenina do Livramento Oliveira, de 42 anos, foi atropelada por um automóvel Peugeot 307, de placa NSG-1696, na Avenida Antônio Maia, na Marabá Pioneira.

Após muitos meses trabalhando no complexo caso e dependendo da emissão de vários laudos periciais, o delegado Toni Vargas, da 21ª Seccional Urbana de Polícia Civil, indiciou em dezembro passado José Vinycius Pinheiro Batista, logo em seguida denunciado ao Poder Judiciário pelo Ministério Público do Estado do Pará, este acatando ao relatório da autoridade policial. O acidente também resultou em uma lesão em Arlete Gomes Brito, de 54 anos.

José Vinycius agora responde judicialmente por um homicídio culposo no trânsito e duas lesões corporais no trânsito, já que uma passageira do carro também ficou ferida – em ambos os casos ele responde por deixar de prestar socorro às vítimas – e por conduzir veículo automotor sob influência de álcool. As penas, somadas, podem atingir nove anos.

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Além dele, Taiana Lima da Silva, Tatielen Lima Silva, Sebastião Andrade Lima e Aryew Oliveira dos Santos também foram denunciados pelo promotor Paulo Sérgio da Cunha Morgado Júnior. Os quatro foram ouvidos como testemunhas durante as investigações e indiciados pela Polícia Civil por falso testemunho e omissão de socorro, crimes que somam cinco anos de pena.

#ANUNCIO

Nesta semana, a juíza Renata Guerreiro Milhomem de Souza, titular da 1ª Vara Criminal da Comarca de Marabá, recebeu a denúncia e deferiu em decisão interlocutória medidas cautelares contra José Vinycius e contra as outras quatro pessoas. Dentre elas está a suspensão da habilitação para dirigir do motorista.

Contra os cinco foi determinada a proibição de acesso ou frequência em bares, casas noturnas, festas e similares, comparecimento mensal em juízo, proibição de se ausentar da Comarca de Marabá por mais de sete dias sem comunicar ao Poder Judiciário, recolhimento domiciliar entre 22 e 6 horas e proibição de se aproximar a menos de 300 metros de vítimas e testemunhas arroladas na denúncia.

INVESTIGAÇÃO

O inquérito policial apontou que no dia do acidente, por volta das 6h40, o veículo conduzido por José Vinycius, aparentemente desgovernado, invadiu a área de estacionamento onde Jovenina e Arlete caminhavam acompanhadas de uma terceira mulher. As três seguiam para a missa quando o automóvel atingiu Jovenina. A vítima ficou presa embaixo odo carro e morreu ainda no local. Na situação, Arlete acabou caindo e fraturando um braço.

Em seguida, conforme a investigação, o motorista e os outros quatro denunciados desceram do veículo, aparentando estarem embriagados, e entraram em outro, um Vokswagen Gol, fugindo sem prestar socorro. Como a rua é ponto comercial, a Polícia Civil não teve dificuldades em colher imagens de câmeras de segurança instaladas em estabelecimentos próximos.

As imagens – segundo laudo do Centro de Perícias Científicas Renato Chaves – demonstram José Vinycius conduzindo o carro em que o grupo estava quando este sai de uma rua e entra pela esquerda na avenida, acelerando. Nos vídeos ainda é possível observar um dos passageiros com parte do corpo para fora do teto solar.

Além destas imagens, uma testemunha relatou ter passado a madrugada trabalhando em uma casa noturna na Orla Sebastião Miranda, também na Marabá Pioneira, e ter vendido para José Vinycius e um amigo três garrafas de uísque e outras 20 de água de coco. Acrescentou que neste momento o acusado já aparentava estar embriagado e que ao sair do trabalho passou pelo local do acidente e viu novamente José Vinycius, ainda apresentando sinais de embriaguez.

Além de solicitar a condenação dos denunciados, o Ministério Público do Estado do Pará também quer a indenização mínima dos danos sofridos pela vítima, a ser convertida, neste caso, aos familiares. José Vinycius, durante a investigação, sustentou ter passado a noite trabalhando no restaurante da família e negou que tivesse consumido bebida alcoólica.

FALSO TESTEMUNHO

A denúncia do Ministério público do Estado do Pará aponta que quatro das testemunhas presenciais, que estavam no automóvel que provocou o acidente, prestaram informações falsas ao serem ouvidas na Delegacia de Polícia Civil. Todos informaram que teriam ingerido bebida alcoólica na boate, menos o condutor.

Acontece que, além do depoimento do funcionário do bar, o delegado Toni Vargas requereu imagens de câmeras de segurança da casa noturna, nas quais José Vinycius aparece com o que aparenta ser um copo ou uma garrafa long neck nas mãos. Neste sentido, a acusação ainda aguarda a emissão de um laudo pendente que aponte qual era o objeto em questão.

As testemunhas afirmaram, também, que juntamente com o motorista prestaram socorro às vítimas do acidente. Novamente, imagens coletadas na Avenida Antônio Maia mostram o grupo entrando em outro automóvel e fugindo do local. As duas mulheres que estavam em companhia de Jovenina confirmaram essa informação.

Acrescentaram, por fim, que não havia bebida alcoólica no interior do veículo, mas uma garrafa de vodca aparece em uma fotografia registrada no mesmo dia, quando o automóvel já estava apreendido na 21ª Seccional Urbana de Polícia Civil. (Luciana Marschall)

 

Quase três anos após um acidente que chocou e comoveu a população marabaense, finalmente o caso chegou ao Poder Judiciário com o motorista responsável sendo denunciado por três crimes. Era Dia das Mães de 2015 – 10 de maio – quando a comerciária Jovenina do Livramento Oliveira, de 42 anos, foi atropelada por um automóvel Peugeot 307, de placa NSG-1696, na Avenida Antônio Maia, na Marabá Pioneira.

Após muitos meses trabalhando no complexo caso e dependendo da emissão de vários laudos periciais, o delegado Toni Vargas, da 21ª Seccional Urbana de Polícia Civil, indiciou em dezembro passado José Vinycius Pinheiro Batista, logo em seguida denunciado ao Poder Judiciário pelo Ministério Público do Estado do Pará, este acatando ao relatório da autoridade policial. O acidente também resultou em uma lesão em Arlete Gomes Brito, de 54 anos.

José Vinycius agora responde judicialmente por um homicídio culposo no trânsito e duas lesões corporais no trânsito, já que uma passageira do carro também ficou ferida – em ambos os casos ele responde por deixar de prestar socorro às vítimas – e por conduzir veículo automotor sob influência de álcool. As penas, somadas, podem atingir nove anos.

Além dele, Taiana Lima da Silva, Tatielen Lima Silva, Sebastião Andrade Lima e Aryew Oliveira dos Santos também foram denunciados pelo promotor Paulo Sérgio da Cunha Morgado Júnior. Os quatro foram ouvidos como testemunhas durante as investigações e indiciados pela Polícia Civil por falso testemunho e omissão de socorro, crimes que somam cinco anos de pena.

#ANUNCIO

Nesta semana, a juíza Renata Guerreiro Milhomem de Souza, titular da 1ª Vara Criminal da Comarca de Marabá, recebeu a denúncia e deferiu em decisão interlocutória medidas cautelares contra José Vinycius e contra as outras quatro pessoas. Dentre elas está a suspensão da habilitação para dirigir do motorista.

Contra os cinco foi determinada a proibição de acesso ou frequência em bares, casas noturnas, festas e similares, comparecimento mensal em juízo, proibição de se ausentar da Comarca de Marabá por mais de sete dias sem comunicar ao Poder Judiciário, recolhimento domiciliar entre 22 e 6 horas e proibição de se aproximar a menos de 300 metros de vítimas e testemunhas arroladas na denúncia.

INVESTIGAÇÃO

O inquérito policial apontou que no dia do acidente, por volta das 6h40, o veículo conduzido por José Vinycius, aparentemente desgovernado, invadiu a área de estacionamento onde Jovenina e Arlete caminhavam acompanhadas de uma terceira mulher. As três seguiam para a missa quando o automóvel atingiu Jovenina. A vítima ficou presa embaixo odo carro e morreu ainda no local. Na situação, Arlete acabou caindo e fraturando um braço.

Em seguida, conforme a investigação, o motorista e os outros quatro denunciados desceram do veículo, aparentando estarem embriagados, e entraram em outro, um Vokswagen Gol, fugindo sem prestar socorro. Como a rua é ponto comercial, a Polícia Civil não teve dificuldades em colher imagens de câmeras de segurança instaladas em estabelecimentos próximos.

As imagens – segundo laudo do Centro de Perícias Científicas Renato Chaves – demonstram José Vinycius conduzindo o carro em que o grupo estava quando este sai de uma rua e entra pela esquerda na avenida, acelerando. Nos vídeos ainda é possível observar um dos passageiros com parte do corpo para fora do teto solar.

Além destas imagens, uma testemunha relatou ter passado a madrugada trabalhando em uma casa noturna na Orla Sebastião Miranda, também na Marabá Pioneira, e ter vendido para José Vinycius e um amigo três garrafas de uísque e outras 20 de água de coco. Acrescentou que neste momento o acusado já aparentava estar embriagado e que ao sair do trabalho passou pelo local do acidente e viu novamente José Vinycius, ainda apresentando sinais de embriaguez.

Além de solicitar a condenação dos denunciados, o Ministério Público do Estado do Pará também quer a indenização mínima dos danos sofridos pela vítima, a ser convertida, neste caso, aos familiares. José Vinycius, durante a investigação, sustentou ter passado a noite trabalhando no restaurante da família e negou que tivesse consumido bebida alcoólica.

FALSO TESTEMUNHO

A denúncia do Ministério público do Estado do Pará aponta que quatro das testemunhas presenciais, que estavam no automóvel que provocou o acidente, prestaram informações falsas ao serem ouvidas na Delegacia de Polícia Civil. Todos informaram que teriam ingerido bebida alcoólica na boate, menos o condutor.

Acontece que, além do depoimento do funcionário do bar, o delegado Toni Vargas requereu imagens de câmeras de segurança da casa noturna, nas quais José Vinycius aparece com o que aparenta ser um copo ou uma garrafa long neck nas mãos. Neste sentido, a acusação ainda aguarda a emissão de um laudo pendente que aponte qual era o objeto em questão.

As testemunhas afirmaram, também, que juntamente com o motorista prestaram socorro às vítimas do acidente. Novamente, imagens coletadas na Avenida Antônio Maia mostram o grupo entrando em outro automóvel e fugindo do local. As duas mulheres que estavam em companhia de Jovenina confirmaram essa informação.

Acrescentaram, por fim, que não havia bebida alcoólica no interior do veículo, mas uma garrafa de vodca aparece em uma fotografia registrada no mesmo dia, quando o automóvel já estava apreendido na 21ª Seccional Urbana de Polícia Civil. (Luciana Marschall)