Correio de Carajás

Maria da Penha: Agressor pede retirada de acusação

Menos de oito horas após a prisão de Antônio Renato da Silva Souza, a companheira dele, de 29 anos, vítima de violência doméstica, estava na porta da 21ª Seccional Urbana de Polícia Civil na intenção de soltá-lo. Ainda ensanguentada pela agressão sofrida – a qual ele nega veementemente – a mulher acompanhou na manhã desta sexta-feira (5) o momento em que a Polícia Civil transferia o homem para o Centro de Triagem Masculino de Marabá (CTMM) e o escutou pedindo para que ela fosse ao Fórum Juiz José Elias Monteiro Lopes tirar as acusações contra ele.

Desde 2015, por decisão do Supremo Tribunal Federal, em casos envolvendo violência doméstica e nos quais o acusado seja autuado à luz da Lei Maria da Penha, a desistência da vítima em prosseguir com a ação não extingue mais o processo, como ocorria anteriormente. Na ocasião, a Corte decidiu que a ação penal relativa à lesão corporal resultante de violência doméstica tem natureza de ação pública incondicionada, ou seja, não depende apenas da vontade da pessoa agredida.

A mulher que aguardava para ver o companheiro na porta da delegacia, poucas horas após ser socorrida, é uma dentre milhares que estão amarradas ao mesmo ciclo da violência doméstica, no qual a vítima passa a sentir medo em decorrência das brigas e ameaças frequentes, é agredida e, posteriormente, envolta novamente por demonstrações de carinho e atenção, ocasião em que frequentemente os agressores afirmam arrependimento e prometem melhoria.

Leia mais:

Apesar de Antônio Renato garantir que não encostou na mulher, há registro na delegacia de que a agressão aconteceu em frente ao sogro, que testemunhou o caso. O acusado foi apresentado pouco antes da meia-noite, após ter sido detido pela Polícia Militar no Bairro Bom Planalto, no Núcleo Cidade Nova. De acordo com o boletim de ocorrência, os militares foram acionados por volta das 23h30 pelo Núcleo Integrado de Operações Policiais (Niop-190).

Ao chegarem na residência, encontraram a mulher apresentando diversas lesões na cabeça e nas pernas, além de ter tido os cabelos cortados. Ela afirmou para os militares que havia sido agredida dentro da residência pelo companheiro, que negou desde o início. O pai da vítima, de 67 anos, em depoimento, informou que o casal convive há três meses, que os dois são ex-presidiários e usuários de droga.

Ele diz que estava em casa quando a filha chegou pedindo socorro. Ao sair verificar o que estava acontecendo, viu Antônio Renato agredindo a mulher e percebeu que ela já estava muito machucada. Afirmou ter visto o homem chutar e dar socos na mulher e que ela estava com cortes na cabeça e vários hematomas.  A testemunha acrescentou que chegou a pedir para que o homem parasse de bater na companheira, mas ele continuou com a violência e, por isso, decidiu acionar a Polícia Militar.

VERSÕES

Em entrevista ao CORREIO, já na madrugada desta sexta, ele confirmou a história. “Eu nem aceito eles juntos, são dois drogados e de vez em quando ele agride ela, ele espancou ela na minha frente. Ele quer levar ela pra casa dele pra poder quebrar ela. Ainda disse que quando sair (da cadeia) vai matar ela. Eu que chamei a polícia, Ele é um moleque”, declarou.

O sargento Edimar Souza, da Polícia Militar, um dos responsáveis pela prisão, também informou à Reportagem o que viu ao chegar na residência. “Ele estava dentro de um barraco e ela estava bastante ensanguentada, com a cabeça cortada. Colocamos ele na viatura e levamos para a delegacia. Aqui ele nega, lá ele negou, alega que outra pessoa deu uma paulada na cabeça dela, mas foi ele. Estavam os dois na casa e o pai dela viu tudo”.

Enquanto o procedimento era registrado, a vítima também conversou com o Jornal e informou que o companheiro ficou agressivo após tentar roubar uma pessoa e não conseguir. Ela confirmou as agressões, afirmando que os dois haviam ingeriram bebida alcoólica e se desentenderam porque ela não quis ajudá-lo em um roubo. “Eu não fiz nada, só não quis participar disso. Ele me bateu dentro da casa do meu pai e eu nem briguei com ele”, afirmou, acrescentando que esta não foi a primeira agressão sofrida.

SAIBA MAIS

Antônio Renato estava chorando na delegacia enquanto era encaminhado para a cela e negou o crime. “Eu não bati, não. Sou inocente. Não preciso disso, não”. Negou, ainda, ter tentado cometer um roubo e confirmou já ter estado preso anteriormente. Na manhã de sexta, no momento da transferência, chamava a vítima de “meu amor” e continuava afirmando que não havia tocado nela. 

(Luciana Marschall com informações de Josseli Carvalho)

Menos de oito horas após a prisão de Antônio Renato da Silva Souza, a companheira dele, de 29 anos, vítima de violência doméstica, estava na porta da 21ª Seccional Urbana de Polícia Civil na intenção de soltá-lo. Ainda ensanguentada pela agressão sofrida – a qual ele nega veementemente – a mulher acompanhou na manhã desta sexta-feira (5) o momento em que a Polícia Civil transferia o homem para o Centro de Triagem Masculino de Marabá (CTMM) e o escutou pedindo para que ela fosse ao Fórum Juiz José Elias Monteiro Lopes tirar as acusações contra ele.

Desde 2015, por decisão do Supremo Tribunal Federal, em casos envolvendo violência doméstica e nos quais o acusado seja autuado à luz da Lei Maria da Penha, a desistência da vítima em prosseguir com a ação não extingue mais o processo, como ocorria anteriormente. Na ocasião, a Corte decidiu que a ação penal relativa à lesão corporal resultante de violência doméstica tem natureza de ação pública incondicionada, ou seja, não depende apenas da vontade da pessoa agredida.

A mulher que aguardava para ver o companheiro na porta da delegacia, poucas horas após ser socorrida, é uma dentre milhares que estão amarradas ao mesmo ciclo da violência doméstica, no qual a vítima passa a sentir medo em decorrência das brigas e ameaças frequentes, é agredida e, posteriormente, envolta novamente por demonstrações de carinho e atenção, ocasião em que frequentemente os agressores afirmam arrependimento e prometem melhoria.

Apesar de Antônio Renato garantir que não encostou na mulher, há registro na delegacia de que a agressão aconteceu em frente ao sogro, que testemunhou o caso. O acusado foi apresentado pouco antes da meia-noite, após ter sido detido pela Polícia Militar no Bairro Bom Planalto, no Núcleo Cidade Nova. De acordo com o boletim de ocorrência, os militares foram acionados por volta das 23h30 pelo Núcleo Integrado de Operações Policiais (Niop-190).

Ao chegarem na residência, encontraram a mulher apresentando diversas lesões na cabeça e nas pernas, além de ter tido os cabelos cortados. Ela afirmou para os militares que havia sido agredida dentro da residência pelo companheiro, que negou desde o início. O pai da vítima, de 67 anos, em depoimento, informou que o casal convive há três meses, que os dois são ex-presidiários e usuários de droga.

Ele diz que estava em casa quando a filha chegou pedindo socorro. Ao sair verificar o que estava acontecendo, viu Antônio Renato agredindo a mulher e percebeu que ela já estava muito machucada. Afirmou ter visto o homem chutar e dar socos na mulher e que ela estava com cortes na cabeça e vários hematomas.  A testemunha acrescentou que chegou a pedir para que o homem parasse de bater na companheira, mas ele continuou com a violência e, por isso, decidiu acionar a Polícia Militar.

VERSÕES

Em entrevista ao CORREIO, já na madrugada desta sexta, ele confirmou a história. “Eu nem aceito eles juntos, são dois drogados e de vez em quando ele agride ela, ele espancou ela na minha frente. Ele quer levar ela pra casa dele pra poder quebrar ela. Ainda disse que quando sair (da cadeia) vai matar ela. Eu que chamei a polícia, Ele é um moleque”, declarou.

O sargento Edimar Souza, da Polícia Militar, um dos responsáveis pela prisão, também informou à Reportagem o que viu ao chegar na residência. “Ele estava dentro de um barraco e ela estava bastante ensanguentada, com a cabeça cortada. Colocamos ele na viatura e levamos para a delegacia. Aqui ele nega, lá ele negou, alega que outra pessoa deu uma paulada na cabeça dela, mas foi ele. Estavam os dois na casa e o pai dela viu tudo”.

Enquanto o procedimento era registrado, a vítima também conversou com o Jornal e informou que o companheiro ficou agressivo após tentar roubar uma pessoa e não conseguir. Ela confirmou as agressões, afirmando que os dois haviam ingeriram bebida alcoólica e se desentenderam porque ela não quis ajudá-lo em um roubo. “Eu não fiz nada, só não quis participar disso. Ele me bateu dentro da casa do meu pai e eu nem briguei com ele”, afirmou, acrescentando que esta não foi a primeira agressão sofrida.

SAIBA MAIS

Antônio Renato estava chorando na delegacia enquanto era encaminhado para a cela e negou o crime. “Eu não bati, não. Sou inocente. Não preciso disso, não”. Negou, ainda, ter tentado cometer um roubo e confirmou já ter estado preso anteriormente. Na manhã de sexta, no momento da transferência, chamava a vítima de “meu amor” e continuava afirmando que não havia tocado nela. 

(Luciana Marschall com informações de Josseli Carvalho)