Correio de Carajás

Limpus deixa dívida com garis

Dezenas de garis, demitidos no início do ano pela Azaleia Empreendimentos e Participações S.A, antiga Limpus, brigam na justiça pelo pagamento de salários rescisões, férias e FGTS, que ficaram pendentes após o fechamento da empresa em Marabá. De acordo com o advogado André Santos Ribeiro, responsável pelo processo de 60 garis, a empresa “fechou as pontas e deixou os trabalhadores à míngua”. Na última terça-feira (27), dezenas deles se concentraram em frente ao prédio da Justiça do Trabalho para acompanhar mais uma audiência em que a Limpus é parte requerida.

O advogado relatou ao CORREIO que o problema começou no dia 12 de janeiro deste ano, quando a firma que fazia a limpeza e coletava o lixo urbano da cidade encerrou suas atividades e não pagou nada do que devia aos seus funcionários. “São cerca de 120 trabalhadores, dos quais o nosso escritório representa 60. Eles não receberam o salário de dezembro, de janeiro e suas verbas rescisórias, dentre elas, férias, aviso prévio e outras”, esclareceu.

Segundo André Santos, a situação já se arrasta por seis longos meses, desde o início da ação judicial. “Foi proposta uma ação coletiva pelo sindicato da categoria, mas também todos os trabalhadores, por meio de nós advogados, também entraram com ação própria, individual”. Ele relatou também que algumas audiências já aconteceram nos últimos meses e que até sentenças já foram dadas. “Mas a empresa vem recorrendo e o tempo vai passando. Em outras palavras, ela não quer pagar”.

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E nesse vai-e-vem sobra para os garis que, conforme o advogado, estão tendo dificuldade para se alimentar e até para pagar o aluguel de suas casas. “A gente nunca recebeu até hoje. Estamos correndo atrás. O sindicato tem uma audiência coletiva e a gente está esperando para ver se recebe alguma coisa. Mas até agora não saiu nada”, desabafou Charles dos Santos, que trabalhou na empresa de julho de 2015 a janeiro 2017.

Quem também se sente prejudicado é Ualisson de Sousa Santos, que trabalhou como gari na empresa durante um ano e seis meses. “Estamos necessitados desse dinheiro, nós mantínhamos nosso contrato direitinho”, resumiu, acrescentando que é pai de família e precisa comprar comida para os filhos.

Advogado diz que prefeitura é corresponsável

 

Para o advogado André Santos, a Prefeitura de Marabá também tem uma parcela de culpa nesse processo, por ter sido a responsável pelo contrato com a empresa. “A Prefeitura Municipal de Marabá, por sua vez, nada fez. A prefeitura, diga-se de passagem, é subsidiariamente responsável por essas verbas. Considerando que a empresa contratada por ela não pagou, a prefeitura deve arcar com essa responsabilidade. Aliás, os próprios juízes do trabalho têm esse entendimento”, informou.

Segundo ele, a nova gestão do município, quando assumiu, reincidiu unilateralmente o contrato com a empresa de coleta de lixo, sem dar qualquer satisfação aos trabalhadores. “A prefeitura não convocou ou chamou nenhum desses trabalhadores para reunir, justificar, porque reincidiu o contrato com a Limpus. E depois, acabou contratando outras pessoas”, disse.

 Defesa

 Por meio de nota, a assessoria de comunicação da Prefeitura de Marabá justificou que a empresa teve o seu contrato encerrado no início desta gestão em função da Procuradoria Geral do Município ter encontrado inúmeras ilegalidades dentro do contrato e da prestação de serviço.

“Desta forma, cabe apenas a empresa Azaleia Empreendimentos e Participações o pagamento dos débitos trabalhistas e outros que existem com fornecedores da cidade. A procuradoria informa também que não há porque a atual gestão pagar as dívidas desta empresa, pelos motivos citados. A empresa citada possui outras operações no interior de São Paulo, cujos bens podem ser bloqueados pelos advogados dos denunciantes. A atual gestão preza pelos compromissos firmados dentro da legalidade, o que não é o caso da empresa em questão”, diz o comunicado.

A reportagem do Correio de Carajás procurou a empresa via e-mail e por telefone para ouvi-la sobre o caso, porém não obteve resposta até o fechamento desta edição. (Nathália Viegas com informações de Josseli Carvalho)

 

 

 

Dezenas de garis, demitidos no início do ano pela Azaleia Empreendimentos e Participações S.A, antiga Limpus, brigam na justiça pelo pagamento de salários rescisões, férias e FGTS, que ficaram pendentes após o fechamento da empresa em Marabá. De acordo com o advogado André Santos Ribeiro, responsável pelo processo de 60 garis, a empresa “fechou as pontas e deixou os trabalhadores à míngua”. Na última terça-feira (27), dezenas deles se concentraram em frente ao prédio da Justiça do Trabalho para acompanhar mais uma audiência em que a Limpus é parte requerida.

O advogado relatou ao CORREIO que o problema começou no dia 12 de janeiro deste ano, quando a firma que fazia a limpeza e coletava o lixo urbano da cidade encerrou suas atividades e não pagou nada do que devia aos seus funcionários. “São cerca de 120 trabalhadores, dos quais o nosso escritório representa 60. Eles não receberam o salário de dezembro, de janeiro e suas verbas rescisórias, dentre elas, férias, aviso prévio e outras”, esclareceu.

Segundo André Santos, a situação já se arrasta por seis longos meses, desde o início da ação judicial. “Foi proposta uma ação coletiva pelo sindicato da categoria, mas também todos os trabalhadores, por meio de nós advogados, também entraram com ação própria, individual”. Ele relatou também que algumas audiências já aconteceram nos últimos meses e que até sentenças já foram dadas. “Mas a empresa vem recorrendo e o tempo vai passando. Em outras palavras, ela não quer pagar”.

E nesse vai-e-vem sobra para os garis que, conforme o advogado, estão tendo dificuldade para se alimentar e até para pagar o aluguel de suas casas. “A gente nunca recebeu até hoje. Estamos correndo atrás. O sindicato tem uma audiência coletiva e a gente está esperando para ver se recebe alguma coisa. Mas até agora não saiu nada”, desabafou Charles dos Santos, que trabalhou na empresa de julho de 2015 a janeiro 2017.

Quem também se sente prejudicado é Ualisson de Sousa Santos, que trabalhou como gari na empresa durante um ano e seis meses. “Estamos necessitados desse dinheiro, nós mantínhamos nosso contrato direitinho”, resumiu, acrescentando que é pai de família e precisa comprar comida para os filhos.

Advogado diz que prefeitura é corresponsável

 

Para o advogado André Santos, a Prefeitura de Marabá também tem uma parcela de culpa nesse processo, por ter sido a responsável pelo contrato com a empresa. “A Prefeitura Municipal de Marabá, por sua vez, nada fez. A prefeitura, diga-se de passagem, é subsidiariamente responsável por essas verbas. Considerando que a empresa contratada por ela não pagou, a prefeitura deve arcar com essa responsabilidade. Aliás, os próprios juízes do trabalho têm esse entendimento”, informou.

Segundo ele, a nova gestão do município, quando assumiu, reincidiu unilateralmente o contrato com a empresa de coleta de lixo, sem dar qualquer satisfação aos trabalhadores. “A prefeitura não convocou ou chamou nenhum desses trabalhadores para reunir, justificar, porque reincidiu o contrato com a Limpus. E depois, acabou contratando outras pessoas”, disse.

 Defesa

 Por meio de nota, a assessoria de comunicação da Prefeitura de Marabá justificou que a empresa teve o seu contrato encerrado no início desta gestão em função da Procuradoria Geral do Município ter encontrado inúmeras ilegalidades dentro do contrato e da prestação de serviço.

“Desta forma, cabe apenas a empresa Azaleia Empreendimentos e Participações o pagamento dos débitos trabalhistas e outros que existem com fornecedores da cidade. A procuradoria informa também que não há porque a atual gestão pagar as dívidas desta empresa, pelos motivos citados. A empresa citada possui outras operações no interior de São Paulo, cujos bens podem ser bloqueados pelos advogados dos denunciantes. A atual gestão preza pelos compromissos firmados dentro da legalidade, o que não é o caso da empresa em questão”, diz o comunicado.

A reportagem do Correio de Carajás procurou a empresa via e-mail e por telefone para ouvi-la sobre o caso, porém não obteve resposta até o fechamento desta edição. (Nathália Viegas com informações de Josseli Carvalho)