Correio de Carajás

Fogo e vandalismo quebram sinal de internet em Marabá

A ocorrência crescente de queimadas em Marabá tem dado muita dor de cabeça para as empresas que fornecem conexão via internet na cidade e municípios da região. Isso porque quando há fogo próximo às linhas de transmissão, geralmente, ocorrem interrupções na prestação do serviço, comprometendo a qualidade do sinal. O problema tem ocorrido com frequência nos últimos meses e abarrotado de reclamações o autoatendimento das empresas que atuam nesse segmento.

Em entrevista ao CORREIO, Rodrigo Barroso Gonçalves, diretor da empresa Fibralink, explicou que em Marabá e nas cidades próximas existem escassas opções de distribuição de internet para empresas locais e que isso acaba limitando o fornecimento e a qualidade desse serviço.

Segundo ele, a Eletronorte é uma das poucas empresas que disponibilizam sinal para ser comercializado na região, que vem de Brasília através de um cabo de alta tensão ligado à subestação da estatal em Morada Nova. “Só que nós temos vulnerabilidades. A única forma desse sinal ser entregue na casa do usuário é através de um cabo que vai pelo poste – abaixo dos fios de alta tensão da rede elétrica – e de Morada Nova até o quartel militar, aqui na Transamazônica”, esclarece.

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Ainda de acordo com ele, as queimadas não são o único risco, uma vez que os cabos também são danificados após acidentes envolvendo os postes que sustentam a fiação, intervenções na ponte sobre o Rio Tocantins ou por cortes nos fios devido a ação de vândalos. O representante disse que cerca 20 interrupções já foram contabilizadas apenas este ano na cidade, tendo seis delas ocorrido nos últimos dois meses.

“Traduzindo em números, podemos dizer 30% das ocorrências são resultado de acidentes. Os outros 70%, pelos menos nos últimos dois anos que estamos monitorando, tem acontecido como consequência de queimadas, principalmente, no verão ou rompimento da fibra com o uso de material cortante”, revelou, acrescentando que para lidar com esse tipo de situação, a Fibralink possui um cabo secundário que assume toda a demanda quando o principal deixa de funcionar.

“Isso faz com que o nosso custo operacional aumente em 30%, mas é uma forma da gente não chatear tanto o cliente. O cabo secundário tem 50% da capacidade do primário. Por isso, a velocidade diminui, mas a conexão não cai”, confirmou.

Rodrigo destaca o quanto essas interrupções podem ser prejudicais não só para as empresas que ofertam o serviço, mas também para as pessoas que dependem dela. “Toda a rede da região para, eu não estou falando de Marabá, mas de toda a região sul do Pará, porque depende desse cabo. Isso afeta, inclusive, o trabalho em todas as esferas de governo; nenhum órgão público funciona”, frisa.

Combate

Durante a entrevista, Rodrigo contou que a dificuldade no combate a essas práticas só agrava a situação e que as empresas locais chegaram a procurar a polícia, mas sem sucesso. “A gente já fez várias reuniões, criamos um grupo no whatsapp com todos os interessados e estamos há mais de um ano tentando flagra os responsáveis [pelo vandalismo] e não conseguimos. Já fomos à polícia várias vezes, conversamos com autoridades de segurança, mas sem resultados efetivos”, destacou.

Rodrigo disse ainda que no princípio suspeitou-se dos provedores ilegais e depois de concorrentes, mas até hoje não tiveram nenhuma prova concreta e muito menos uma resposta para o caso por parte da polícia. Para tentar minimizar as perdas, a Fibralink planeja instalar um novo cabo em posição mais elevada que dificulte tanta a ação do fogo quanto dos vândalos, o que será feito em parceria com a Prodepa (Empresa de Tecnologia da Informação e Comunicação do Estado do Pará).

“A gente vai fazer com que essa rede da Eletronorte chegue a Marabá em forma de anel, por dois lados. Isso está previsto para ser concluído ainda este ano, nosso maior problema é a passagem do novo cabo pela ponte [sobre o Rio Tocantins]”. Segundo ele, será emitida uma nota convidando todas as empresas interessadas a participar do processo.

“Nós já investimos em um aparelho de rádio digital que vai levar o tráfego de dois gigabytes da torre aqui da cidade até a nossa torre em Morada Nova. Então, mesmo que o anel se rompa, o que é muito difícil de acontecer, o rádio entra em funcionamento e em pouco mais de três minutos temos todo o sistema reestabelecido”, avalia. (Nathália Viegas)

 

 

 

 

 

A ocorrência crescente de queimadas em Marabá tem dado muita dor de cabeça para as empresas que fornecem conexão via internet na cidade e municípios da região. Isso porque quando há fogo próximo às linhas de transmissão, geralmente, ocorrem interrupções na prestação do serviço, comprometendo a qualidade do sinal. O problema tem ocorrido com frequência nos últimos meses e abarrotado de reclamações o autoatendimento das empresas que atuam nesse segmento.

Em entrevista ao CORREIO, Rodrigo Barroso Gonçalves, diretor da empresa Fibralink, explicou que em Marabá e nas cidades próximas existem escassas opções de distribuição de internet para empresas locais e que isso acaba limitando o fornecimento e a qualidade desse serviço.

Segundo ele, a Eletronorte é uma das poucas empresas que disponibilizam sinal para ser comercializado na região, que vem de Brasília através de um cabo de alta tensão ligado à subestação da estatal em Morada Nova. “Só que nós temos vulnerabilidades. A única forma desse sinal ser entregue na casa do usuário é através de um cabo que vai pelo poste – abaixo dos fios de alta tensão da rede elétrica – e de Morada Nova até o quartel militar, aqui na Transamazônica”, esclarece.

Ainda de acordo com ele, as queimadas não são o único risco, uma vez que os cabos também são danificados após acidentes envolvendo os postes que sustentam a fiação, intervenções na ponte sobre o Rio Tocantins ou por cortes nos fios devido a ação de vândalos. O representante disse que cerca 20 interrupções já foram contabilizadas apenas este ano na cidade, tendo seis delas ocorrido nos últimos dois meses.

“Traduzindo em números, podemos dizer 30% das ocorrências são resultado de acidentes. Os outros 70%, pelos menos nos últimos dois anos que estamos monitorando, tem acontecido como consequência de queimadas, principalmente, no verão ou rompimento da fibra com o uso de material cortante”, revelou, acrescentando que para lidar com esse tipo de situação, a Fibralink possui um cabo secundário que assume toda a demanda quando o principal deixa de funcionar.

“Isso faz com que o nosso custo operacional aumente em 30%, mas é uma forma da gente não chatear tanto o cliente. O cabo secundário tem 50% da capacidade do primário. Por isso, a velocidade diminui, mas a conexão não cai”, confirmou.

Rodrigo destaca o quanto essas interrupções podem ser prejudicais não só para as empresas que ofertam o serviço, mas também para as pessoas que dependem dela. “Toda a rede da região para, eu não estou falando de Marabá, mas de toda a região sul do Pará, porque depende desse cabo. Isso afeta, inclusive, o trabalho em todas as esferas de governo; nenhum órgão público funciona”, frisa.

Combate

Durante a entrevista, Rodrigo contou que a dificuldade no combate a essas práticas só agrava a situação e que as empresas locais chegaram a procurar a polícia, mas sem sucesso. “A gente já fez várias reuniões, criamos um grupo no whatsapp com todos os interessados e estamos há mais de um ano tentando flagra os responsáveis [pelo vandalismo] e não conseguimos. Já fomos à polícia várias vezes, conversamos com autoridades de segurança, mas sem resultados efetivos”, destacou.

Rodrigo disse ainda que no princípio suspeitou-se dos provedores ilegais e depois de concorrentes, mas até hoje não tiveram nenhuma prova concreta e muito menos uma resposta para o caso por parte da polícia. Para tentar minimizar as perdas, a Fibralink planeja instalar um novo cabo em posição mais elevada que dificulte tanta a ação do fogo quanto dos vândalos, o que será feito em parceria com a Prodepa (Empresa de Tecnologia da Informação e Comunicação do Estado do Pará).

“A gente vai fazer com que essa rede da Eletronorte chegue a Marabá em forma de anel, por dois lados. Isso está previsto para ser concluído ainda este ano, nosso maior problema é a passagem do novo cabo pela ponte [sobre o Rio Tocantins]”. Segundo ele, será emitida uma nota convidando todas as empresas interessadas a participar do processo.

“Nós já investimos em um aparelho de rádio digital que vai levar o tráfego de dois gigabytes da torre aqui da cidade até a nossa torre em Morada Nova. Então, mesmo que o anel se rompa, o que é muito difícil de acontecer, o rádio entra em funcionamento e em pouco mais de três minutos temos todo o sistema reestabelecido”, avalia. (Nathália Viegas)