Correio de Carajás

De Serra Pelada à Gastronomia Portuguesa, chefe de cozinha volta à Marabá para rever amigos

O chefe de cozinha Anderson Sousa esteve em Marabá no último final de semana, onde na oportunidade reencontrou amigos, participou de projetos sociais e apresentou o seu lugar de origem à filha que estava com ele nesta trip. Nascido na cidade de Tomé Açu, interior do Pará, ele veio para Marabá ainda com zero ano de idade, como ele mesmo menciona. Não chegou a conhecer outra cidade antes de morar por aqui. Sua mãe, solteira, criou os filhos com a ofício de ser cozinheira, tendo vivido na Serra Pelada no seu tempo áureo de extração do ouro, onde cozinha para um batalhão de homens.   

Anderson se considera marabaense de coração. Foi aqui que ele e toda família firmaram os primeiros passos. Teve o primeiro emprego como colaborador de uma farmácia no núcleo Cidade Nova, até que um dia despertou o interesse por ganhar o mundo em busca de novos aprendizados. Com a venda de uma bicicleta, conseguiu financiar sozinho o próprio sonho, indo para Goiânia e depois desembarcando em Portugal, onde hoje reside há mais de dezoito anos e possui quatro empreendimentos na área gastronômica em Vilamoura, sul de Portugal, na divisa com a Espanha e próximo das especiarias do mar mediterrâneo.

Apesar de sermos conterrâneos, não nos conhecíamos e o primeiro contato veio por meio da internet e as redes sociais, que nos proporcionaram essa empatia mediante a admiração um pelo trabalho do outro. Em uma tarde de papo em pleno feriado fui presenteado com duas camisetas dos restaurantes Tuttapanna. Os quatro empreendimentos têm o nome Tuttapanna em sua composição, eles são bem avaliados pelo site de viagens Tripadvisor na internet.

Leia mais:

Conheça um pouco mais da história do chefe marabaense em Portugal, Anderson Sousa, por meio do encontro realizado no dia de ontem. 

Você morou na Serra Pelada?

Eu morei numa época em que havia uma lei em que não podia entrar mulheres e crianças na Serra Pelada. Eu lembro que quando acabou essa lei, era uma ditadura na verdade, que era imposta pelo regime militar, que naquela altura quem governava era o Curió que era o coronel, mas o governo militar era o Figueiredo. Então, a Serra Pela era uma coisa federal, até então a polícia de lá era a Polícia Federal, era um regime federal. E a minha mãe foi para Serra Pelada ainda como clandestina, ela entrou pela mata, foi ser cozinheira porque não havia naquela altura cozinheiras por lá. Então ela foi para lá e depois, em meados de 85 ou 86, quando já estava mais flexível ela levou eu mais dois irmãos para Serra Pelada.

Como você chega em Portugal?

Chegar em Portugal foi uma história muito engraçada porque eu, como disse, vivi por aqui, estudei no colégio Sousa Ramos, inclusive até mostrei a minha antiga escola para minha filha, que está comigo em viagem. Estudei também no Acy Barros e no Nazaré Barbosa que não existe mais hoje. Eu lembro que eu tinha quinze anos e trabalhava na farmácia Barbosa, na Cidade Nova, com a família Barbosa (Antônio e Gervásio Barbosa).

Foi aí o meu primeiro trabalho. Eu limpava e organizava os remédios da farmácia. Os donos eram considerados como meus pais, na verdade, eu não tenho pai, por isso essa relação. Fui criado por mãe e avô. Comecei na farmácia com quatorze anos, logo tive uma empatia muito grande com o empresário que me contratou. Juntamente com o seu filho tive aulas de música e compartilhava de outras oportunidades. Com quinze para dezesseis anos eu achava que já era adulto, que já tinha me tornado homem, eu virei para a minha mãe e falei que ia embora de Marabá.

Eu tinha uma bicicleta que eu comprei com um salário da farmácia Barbosa, vendi a bicicleta e fui para Goiânia. Fiquei na capital do Goiás até os vinte anos e foi quando surgiu a oportunidade de eu ir para os Estados Unidos, onde não fui devido aos ataques do onze de setembro em que as embaixadas no mundo inteiro suspenderam os serviços. E a pessoa com quem eu estava a negociar a viagem me disse que haveria uma oportunidade de eu ir para a Holanda, via Lisboa. Achei interessante e comprei a passagem.

Assim como Marabá havia ficado pequena para mim tempos atrás era a vez de ter essa sensação em Goiânia. Então fui embora para a Holanda. A princípio não era nada a ver com Lisboa.

E como Portugal entra no circuito então?

Teve um overbook na minha escala em Lisboa. Lembro de ter chegado no dia 29 de novembro, numa sexta-feira. Eu pensava que tinha alguém à minha espera, então eu cheguei ao aeroporto e não havia. Eu levei até uma irmã minha que hoje vive lá, que inclusive trabalha na Record Internacional em Lisboa.  

Essa pessoa que me vendeu a passagem informou que haveria uma família que iria nos receber. Acontece muito isso hoje ainda. Na época eu não sabia o que era. Hoje eu agradeço a essa senhora por ter me vendido esse gato por lebre. Porque foi o momento da virada da minha vida.

Cheguei no aeroporto e não tinha ninguém a minha espera, liguei para Goiânia, para a senhora, e ela não atendia o telefone. Eu desesperado no aeroporto, a minha irmã a chorar. Pensei, agora vou ter que dar uma aqui de forte.

Então aconteceu que apareceu um casal de brasileiros que nos ofereceu uma hospedagem por uma noite em sua casa até que conseguíssemos tomar alguma decisão. Lembro de dizer que eu precisava apenas de uma noite de sono para poder colocar as ideias no lugar. No dia seguinte andei pela Avenida Liberdade – avenida principal de Lisboa que vai até o Marques de Pombal. Ao me deparar com a avenida e um mundo totalmente novo e diferente para mim que estava vindo de Marabá / Parauapebas / Goiânia.

Eu estava em um novo mundo. Comecei a pedir trabalho só para poder comer. Eu disse para mim mesmo que se eu conseguisse trabalho até domingo em Portugal eu não iria mais para a Holanda. Então, saí no sábado e no domingo à noite eu consegui um trabalho de lavar pratos.

Como aparece a Gastronomia na vida de Anderson Sousa?

Por causa dos pratos. O primeiro emprego que consegui em Lisboa. Lá nós chamamos de DJ, risos. Quem lava pratos nos restaurantes. Comecei como DJ (lavando pratos) em um restaurante Português.

Em Goiânia eu tinha feito um curso no SENAI de confeitaria que lá chamamos de pastelaria. Como eu não consegui nada na minha área eu fui lavar pratos. Meu patrão era uma pessoa muito acessível, muito querido, de quem sou amigo até hoje. Criamos aquele laço de amizade. Tinha o patrão que era o pai e o filho que trabalhava junto com ele que era da minha idade. Criamos um laço de amizade os dois, onde trabalhei por um ano lavando pratos neste local.

Surgiu a oportunidade de abrir um restaurante italiano. Ele me perguntou se eu conseguiria fazer pizza. Começamos fazendo pizza e aí depois de um ano de experiência criei aquela ambição que eu queria fazer muito mais. Depois surgiu a oportunidade de fazer um curso em Roma de gelados (sorvetes). Após o curso voltei a Portugal já com intenção de montar o meu próprio negócio produzindo o meu próprio gelado. Um tempo depois fui a Madrid em um estágio com a cozinha espanhola, hoje eu tenho um restaurante espanhol.

A partir daí me dediquei e percebi que aquela influência da mãe, cozinheira na Serra Pelada, cozinhando para muitos peões, me fez pensar que aquilo que vivi na infância hoje estava dando certo. Eu percebi que eu tinha o dom para cozinha e era isso que eu queria fazer. A partir de então virou uma paixão que se confunde com a própria vida do Anderson Sousa.

Atualmente você está com quantos empreendimentos?

Eu comecei com uma galateria muito pequena, abri um restaurante italiano onde depois ele ficou entre italiano e sushi, que depois eu fui fazer curso de sushi para me tornar um sushi man.

Depois com o tempo eu abri uma hamburgueria. Hoje eu moro em um local de Portugal que em agosto – no período de alta temporada – nós recebemos muitos jovens. Vilamoura é um bairro de luxo situado no Algarve. Um local próximo ao mar e que faz fronteira com a Espanha, possuindo uma marina e grandes complexos hoteleiros com extensa praia. Os melhores eventos de música e os melhores Djs de música eletrônica estão por lá nesse período do ano de alta estação.

Fica no sul de Portugal, a uma hora de Sevilha. Muitas compras do nosso restaurante adquirimos em Sevilha. Como é uma zona do final do Mediterrâneo, no verão fica muito quente, com muitos turistas. Um lugar onde recebemos 8 milhões de pessoas em dois meses de alta estação.

Voltando aos restaurantes que você me perguntou tenho agora um espanhol com uma mistura de culinária paraense com base em viagens que fiz à Ilha do Marajó e Belém. Esse restaurante é uma fusão de Espanha, Portugal e Brasil com base na culinária Paraense. É uma comida completamente diferente, única em Portugal. Esse ano eu abri uma confeitaria que é uma padaria também.

Todos os restaurantes e empreendimentos ficam numa mesma rua, na Avenida Tivoli, e o pessoal começa a brincar que futuramente será chamada de Avenida Tuttapanna*, que é o nome do restaurante.     

Empreedimentos Tuttapanna: Tuttapanna Vilamoura / Tuttapanna Empório / Padoca da Tuttapanna e Tuttapanna Hamburgueria.

Te vejo no próximo encontro!

 

  

 

O chefe de cozinha Anderson Sousa esteve em Marabá no último final de semana, onde na oportunidade reencontrou amigos, participou de projetos sociais e apresentou o seu lugar de origem à filha que estava com ele nesta trip. Nascido na cidade de Tomé Açu, interior do Pará, ele veio para Marabá ainda com zero ano de idade, como ele mesmo menciona. Não chegou a conhecer outra cidade antes de morar por aqui. Sua mãe, solteira, criou os filhos com a ofício de ser cozinheira, tendo vivido na Serra Pelada no seu tempo áureo de extração do ouro, onde cozinha para um batalhão de homens.   

Anderson se considera marabaense de coração. Foi aqui que ele e toda família firmaram os primeiros passos. Teve o primeiro emprego como colaborador de uma farmácia no núcleo Cidade Nova, até que um dia despertou o interesse por ganhar o mundo em busca de novos aprendizados. Com a venda de uma bicicleta, conseguiu financiar sozinho o próprio sonho, indo para Goiânia e depois desembarcando em Portugal, onde hoje reside há mais de dezoito anos e possui quatro empreendimentos na área gastronômica em Vilamoura, sul de Portugal, na divisa com a Espanha e próximo das especiarias do mar mediterrâneo.

Apesar de sermos conterrâneos, não nos conhecíamos e o primeiro contato veio por meio da internet e as redes sociais, que nos proporcionaram essa empatia mediante a admiração um pelo trabalho do outro. Em uma tarde de papo em pleno feriado fui presenteado com duas camisetas dos restaurantes Tuttapanna. Os quatro empreendimentos têm o nome Tuttapanna em sua composição, eles são bem avaliados pelo site de viagens Tripadvisor na internet.

Conheça um pouco mais da história do chefe marabaense em Portugal, Anderson Sousa, por meio do encontro realizado no dia de ontem. 

Você morou na Serra Pelada?

Eu morei numa época em que havia uma lei em que não podia entrar mulheres e crianças na Serra Pelada. Eu lembro que quando acabou essa lei, era uma ditadura na verdade, que era imposta pelo regime militar, que naquela altura quem governava era o Curió que era o coronel, mas o governo militar era o Figueiredo. Então, a Serra Pela era uma coisa federal, até então a polícia de lá era a Polícia Federal, era um regime federal. E a minha mãe foi para Serra Pelada ainda como clandestina, ela entrou pela mata, foi ser cozinheira porque não havia naquela altura cozinheiras por lá. Então ela foi para lá e depois, em meados de 85 ou 86, quando já estava mais flexível ela levou eu mais dois irmãos para Serra Pelada.

Como você chega em Portugal?

Chegar em Portugal foi uma história muito engraçada porque eu, como disse, vivi por aqui, estudei no colégio Sousa Ramos, inclusive até mostrei a minha antiga escola para minha filha, que está comigo em viagem. Estudei também no Acy Barros e no Nazaré Barbosa que não existe mais hoje. Eu lembro que eu tinha quinze anos e trabalhava na farmácia Barbosa, na Cidade Nova, com a família Barbosa (Antônio e Gervásio Barbosa).

Foi aí o meu primeiro trabalho. Eu limpava e organizava os remédios da farmácia. Os donos eram considerados como meus pais, na verdade, eu não tenho pai, por isso essa relação. Fui criado por mãe e avô. Comecei na farmácia com quatorze anos, logo tive uma empatia muito grande com o empresário que me contratou. Juntamente com o seu filho tive aulas de música e compartilhava de outras oportunidades. Com quinze para dezesseis anos eu achava que já era adulto, que já tinha me tornado homem, eu virei para a minha mãe e falei que ia embora de Marabá.

Eu tinha uma bicicleta que eu comprei com um salário da farmácia Barbosa, vendi a bicicleta e fui para Goiânia. Fiquei na capital do Goiás até os vinte anos e foi quando surgiu a oportunidade de eu ir para os Estados Unidos, onde não fui devido aos ataques do onze de setembro em que as embaixadas no mundo inteiro suspenderam os serviços. E a pessoa com quem eu estava a negociar a viagem me disse que haveria uma oportunidade de eu ir para a Holanda, via Lisboa. Achei interessante e comprei a passagem.

Assim como Marabá havia ficado pequena para mim tempos atrás era a vez de ter essa sensação em Goiânia. Então fui embora para a Holanda. A princípio não era nada a ver com Lisboa.

E como Portugal entra no circuito então?

Teve um overbook na minha escala em Lisboa. Lembro de ter chegado no dia 29 de novembro, numa sexta-feira. Eu pensava que tinha alguém à minha espera, então eu cheguei ao aeroporto e não havia. Eu levei até uma irmã minha que hoje vive lá, que inclusive trabalha na Record Internacional em Lisboa.  

Essa pessoa que me vendeu a passagem informou que haveria uma família que iria nos receber. Acontece muito isso hoje ainda. Na época eu não sabia o que era. Hoje eu agradeço a essa senhora por ter me vendido esse gato por lebre. Porque foi o momento da virada da minha vida.

Cheguei no aeroporto e não tinha ninguém a minha espera, liguei para Goiânia, para a senhora, e ela não atendia o telefone. Eu desesperado no aeroporto, a minha irmã a chorar. Pensei, agora vou ter que dar uma aqui de forte.

Então aconteceu que apareceu um casal de brasileiros que nos ofereceu uma hospedagem por uma noite em sua casa até que conseguíssemos tomar alguma decisão. Lembro de dizer que eu precisava apenas de uma noite de sono para poder colocar as ideias no lugar. No dia seguinte andei pela Avenida Liberdade – avenida principal de Lisboa que vai até o Marques de Pombal. Ao me deparar com a avenida e um mundo totalmente novo e diferente para mim que estava vindo de Marabá / Parauapebas / Goiânia.

Eu estava em um novo mundo. Comecei a pedir trabalho só para poder comer. Eu disse para mim mesmo que se eu conseguisse trabalho até domingo em Portugal eu não iria mais para a Holanda. Então, saí no sábado e no domingo à noite eu consegui um trabalho de lavar pratos.

Como aparece a Gastronomia na vida de Anderson Sousa?

Por causa dos pratos. O primeiro emprego que consegui em Lisboa. Lá nós chamamos de DJ, risos. Quem lava pratos nos restaurantes. Comecei como DJ (lavando pratos) em um restaurante Português.

Em Goiânia eu tinha feito um curso no SENAI de confeitaria que lá chamamos de pastelaria. Como eu não consegui nada na minha área eu fui lavar pratos. Meu patrão era uma pessoa muito acessível, muito querido, de quem sou amigo até hoje. Criamos aquele laço de amizade. Tinha o patrão que era o pai e o filho que trabalhava junto com ele que era da minha idade. Criamos um laço de amizade os dois, onde trabalhei por um ano lavando pratos neste local.

Surgiu a oportunidade de abrir um restaurante italiano. Ele me perguntou se eu conseguiria fazer pizza. Começamos fazendo pizza e aí depois de um ano de experiência criei aquela ambição que eu queria fazer muito mais. Depois surgiu a oportunidade de fazer um curso em Roma de gelados (sorvetes). Após o curso voltei a Portugal já com intenção de montar o meu próprio negócio produzindo o meu próprio gelado. Um tempo depois fui a Madrid em um estágio com a cozinha espanhola, hoje eu tenho um restaurante espanhol.

A partir daí me dediquei e percebi que aquela influência da mãe, cozinheira na Serra Pelada, cozinhando para muitos peões, me fez pensar que aquilo que vivi na infância hoje estava dando certo. Eu percebi que eu tinha o dom para cozinha e era isso que eu queria fazer. A partir de então virou uma paixão que se confunde com a própria vida do Anderson Sousa.

Atualmente você está com quantos empreendimentos?

Eu comecei com uma galateria muito pequena, abri um restaurante italiano onde depois ele ficou entre italiano e sushi, que depois eu fui fazer curso de sushi para me tornar um sushi man.

Depois com o tempo eu abri uma hamburgueria. Hoje eu moro em um local de Portugal que em agosto – no período de alta temporada – nós recebemos muitos jovens. Vilamoura é um bairro de luxo situado no Algarve. Um local próximo ao mar e que faz fronteira com a Espanha, possuindo uma marina e grandes complexos hoteleiros com extensa praia. Os melhores eventos de música e os melhores Djs de música eletrônica estão por lá nesse período do ano de alta estação.

Fica no sul de Portugal, a uma hora de Sevilha. Muitas compras do nosso restaurante adquirimos em Sevilha. Como é uma zona do final do Mediterrâneo, no verão fica muito quente, com muitos turistas. Um lugar onde recebemos 8 milhões de pessoas em dois meses de alta estação.

Voltando aos restaurantes que você me perguntou tenho agora um espanhol com uma mistura de culinária paraense com base em viagens que fiz à Ilha do Marajó e Belém. Esse restaurante é uma fusão de Espanha, Portugal e Brasil com base na culinária Paraense. É uma comida completamente diferente, única em Portugal. Esse ano eu abri uma confeitaria que é uma padaria também.

Todos os restaurantes e empreendimentos ficam numa mesma rua, na Avenida Tivoli, e o pessoal começa a brincar que futuramente será chamada de Avenida Tuttapanna*, que é o nome do restaurante.     

Empreedimentos Tuttapanna: Tuttapanna Vilamoura / Tuttapanna Empório / Padoca da Tuttapanna e Tuttapanna Hamburgueria.

Te vejo no próximo encontro!