Correio de Carajás

Moradores do PAC no Cabelo Seco seguem abandonados

Lixo nas ruas, mato crescendo sem qualquer interferência, calçadas quebradas, instalações abandonadas ou danificadas e esgoto desaguando diretamente no rio. Essa é a imagem que tem há anos quem vive no Residencial Itacaiúnas, no Bairro Francisco Coelho, o Cabelo Seco, quando abre a janela de casa.

Construído pela Secretaria de Integração Regional e Desenvolvimento Urbano (Seidurb), do Estado do Pará, por meio de financiamento firmado junto à Caixa Econômica Federal, em 2007, com recursos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).

Foi iniciada, de fato, em 2011 e entregue em 2013 a 70 famílias que ficaram desalojadas durante a construção. O projeto inclui serviços de sistema viário, abastecimento de água, esgotamento sanitário, drenagem urbana, construção de muro de arrimo e de unidades habitacionais, além de serviços executados na parte interna do habitacional, como urbanização, terraplenagem e pavimentos, contenção do muro de arrimo, quiosques, quadra poliesportiva e iluminação pública, dentre outros.

Leia mais:
Instalações depredadas não recebem manutenção há anos

Nem todos os serviços, no entanto, foram realizados a contento e boa parte da urbanização, por exemplo, sequer começou a ser feita. Fernanda Carneiro, de 27 anos, mora no local há quatro anos e espera ainda receber um olhar mais cuidadoso das autoridades. “Fossa aberta, tem quatro anos que moro aqui e até o lixo fica espalhado na rua. Me sinto abandonada neste local. Poderiam dar uma melhorada para a gente porque da forma como está…”.

O presidente da Associação de Moradores do Bairro Francisco Coelho, Maxivan Moraes Silva, também afirma que o sentimento dos moradores é de abandono. “Estamos abandonados pelo Poder Público. Só aparecem aqui na hora dos votos, na realidade dizem que é área vermelha, mas não é assim, aqui mora muita família boa. É praticamente abandonado, você vê que é lixão para todo local e quando foi feito tinha fossa hoje é tudo jogado no esgoto à céu aberto, vai bater no rio”, diz

De acordo com ele, os moradores do conjunto frequentemente o procuram para reclamar. “Reclamam também da segurança, falamos com o Poder Público, mas nada resolve. A gente faz o que pode, mas não tem muita força e espero que depois da reportagem procurem a gente pra tentar ajudar alguma coisa”.

Ele diz acreditar que a responsabilidade seja da Prefeitura Municipal de Marabá. A assessoria de comunicação do órgão, no entanto, informou que a obra está sob guarda e garantia do estado. O Portal Correio de Carajás encaminhou e-mail para a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Urbano e Obras Públicas (Sedop), mas até o fechamento desta edição não obteve posicionamento. (Luciana Marschall e Adriana Oliveira)