Correio de Carajás

Dia Mundial do trânsito: Data quer sensibilizar condutores e pedestres

Há quase 20 dias internado no Hospital Regional do Sudeste do Pará, em Marabá, Elan Barbosa Silva, 30 anos, só pensa em receber alta e voltar para casa, em Parauapebas. Vítima da irresponsabilidade de outro condutor, ele se envolveu em um acidente enquanto se deslocava para o trabalho e agora se recupera de fraturas em um dos braços e uma das pernas. “Foi há uns 18 dias, eu estava indo para o serviço, à noite, quando um carro entrou na minha frente, sem dar seta, ele vinha no outro lado, e eu bati nele. Agora estou na cama, quebrei braço e perna em dois lugares e já diz duas cirurgias”.

Por uma desatenção, Valdivino Batista da Costa, de 57 anos, também acabou ocupando um leito hospitalar. No último dia 9 ele conduzia uma motocicleta na zona rural de São Geraldo do Araguaia quando saiu da pista e bateu em uma placa, fraturando a perna esquerda. “Bati em uma placa, desci a ribanceira, fui socorrido por um policial que me levou pra São Geraldo e a ambulância me trouxe pra cá. É a primeira vez que eu me acidento. Me distraí”.

Elan e Valdivino são apenas dois das centenas de pacientes atendidos anualmente no hospital vítimas de acidente de trânsito. No mundo todo, os casos se transformam em epidemia de mortes e danos físicos. Por isso, a Organização das Nações Unidas (ONU) lembra, no próximo domingo (18) o Dia Mundial em Memória das Vítimas de Trânsito, com objetivo de promover a conscientização para os altos índices de ocorrências.

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Apenas no Brasil, de acordo com a Seguradora Líder, administradora do Seguro DPVAT, nos últimos dois anos, mais de 63 mil mortes ocorreram em decorrência de acidentes de trânsito. Em Marabá, só no Hospital Regional do Sudeste do Pará, 1.770 pacientes com esse perfil deram entrada. As campanhas de trânsito, no entanto, parecem estar surtindo resultado. Em 2018, em comparação de um mesmo período, o número caiu 48%.

Segundo o diretor hospitalar, Valdemir Girato, apesar de ainda ser significativo o número de atendimentos a acidentados, gradativamente, observa-se a redução das estatísticas na Unidade. “Paralelo às ações de sensibilização, nós percebemos a redução do atendimento às vítimas de trânsito. Isso representa uma mudança importante, mas ainda é grande o número de acidentes. E o interessante é que, pelo menos, 80% deles poderiam ser evitados se todos compreendessem o valor da vida”, afirmou.

O hospital intensificou, nesta semana, ações voltadas a este assunto. De acordo com Flávia Fernandes Galvão de Oliveira, analista de humanização, dentre os vários projetos do HRSP há o programa “Direção Viva”, que evidencia, por meio de palestras ao público que frequenta o local – seja usuário, colaborador ou paciente –  os riscos do trânsito, como podem ser evitados e os danos causados pós-acidente.

“Aqueles que não vão a óbito podem carregar sequelas para toda a vida e, com elas, vêm os danos materiais, financeiros e muitas vezes nem as famílias conseguem manter. Nesta semana estamos trabalhando palestras com os usuários na recepção que é o momento que a comunidade chega aqui e fica esperando e, assim, melhoramos o bem-estar destas pessoas, aproveitando para contribuir com a redução dos acidentes”, explicou. (Luciana Marschall com informações de Josseli Carvalho)

 

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