Correio de Carajás

Moradores das palafitas desmontam barracos e aguardam aluguel social

Moradores da área das palafitas começaram na manhã de hoje, quarta-feira, 14, a desmontar os barracos onde alguns viveram por mais de 11 anos. A área foi completamente devastada pela enchente que atinge Parauapebas e muita gente perdeu tudo o que tinha.

Situação crítica, que levou o governo municipal a fazer a remoção definitiva das famílias do local. Enquanto se decide para qual área eles serão remanejados, todos foram cadastrados pela Defesa Civil Municipal e irão receber aluguel social.

Na última segunda-feira, o ministro da Integração Nacional, Helder Barbalho, visitou o local e prometeu agilizar a liberação de recursos para obras emergenciais no município, que inclui a remoção de famílias de áreas de riscos, como é o caso das palafitas.

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Na ocasião, o prefeito Darci Lermen (PMDB) prometeu que no dia 10 de maio, dia do aniversário de Parauapebas, vai entregar para as famílias da área os documentos de posse dos terrenos para onde serão removidos, juntamente com o kit de construção das casas.

Segundo Amaral Araújo, representante da Associação dos Moradores das Palafitas de Parauapebas (AMPP), essa é uma conquista de anos de luta. Só ele, afirma que, como representante da comunidade, está há mais de um ano lutando para que fossem removidos dali. “É uma vitória para todas nós, que moramos aqui. Não tinha mais condições de continuarmos morando neste local, sujeitos a tragédias, como a que aconteceu agora, como a enchente, onde muita gente perdeu o pouco que tinha em casa”, diz o representante da comunidade.

#ANUNCIO 

De acordo com ele, no local há pelo menos 175 casebres construídos, onde moravam mais de 200 famílias, somando quase 400 pessoas. A ocupação começou há 11 anos, em cima de um varjão, para onde é escoado parte do esgoto de Parauapebas.

Ainda cheio de água podre, o odor fétido no local é insuportável. No final de janeiro, uma criança se acidentou ao subir no vaso sanitário para ligar o chuveiro improvisado e acabou vindo a óbito, sendo mais uma tragédia anunciada no local, que fica no centro de Parauapebas.

Amaral observa que os moradores saíram do local por conta própria, após a certeza por parte da prefeitura de que irão receber o auxílio do aluguel social. Uma parte está em casas de parentes, outra em casa de amigos e os que tinham alguma condição, alugaram residências. Uma parte, no entanto, ainda permanece no local, esperando ser chamada para receber o aluguel social.

Segundo ele, o governo garantiu que a partir desta sexta-feira, 16, irão começar a ser chamados, por ordem alfabética, para receber o benefício até construírem suas casas, no loteamento para onde serão remanejados. “O prefeito Darci nos garantiu que o loteamento será todo urbanizado, o que nos deixa muito feliz, porque, finalmente, teremos um lugar digno para morar”, afirma.

Os moradores decidiram já demolir os barracos, por conta própria, para aproveitar a madeira que ainda estiver em condições de uso. José Cristiano é um dos que decidiu demolir logo o barraco onde morou por seis anos.

No dia da enchente, a água atingiu quase meio metro sua casa e ele perdeu praticamente tudo o que tinha. O pouco que conseguiu salvar, Cristiano levou para uma casa, cedida para ele, por uma pessoa que se compadeceu da situação do desabrigado, que tem esposa e duas enteadas.   

Ainda morando na área, Edson da Silva, que também vive há seis anos no local, está aguardando receber o aluguel social para deixar as palafitas e viver uma nova história, longe da podridão e dos riscos de se acidentar a qualquer momento ao transitar por cima das tábuas podres, que servem de rua. “A hora que receber o benefício, dou adeus a este lugar”, ressalta Edson, que depois só espera conseguir um emprego, para mudar definitivamente de vida. (Tina Santos)

 

Moradores da área das palafitas começaram na manhã de hoje, quarta-feira, 14, a desmontar os barracos onde alguns viveram por mais de 11 anos. A área foi completamente devastada pela enchente que atinge Parauapebas e muita gente perdeu tudo o que tinha.

Situação crítica, que levou o governo municipal a fazer a remoção definitiva das famílias do local. Enquanto se decide para qual área eles serão remanejados, todos foram cadastrados pela Defesa Civil Municipal e irão receber aluguel social.

Na última segunda-feira, o ministro da Integração Nacional, Helder Barbalho, visitou o local e prometeu agilizar a liberação de recursos para obras emergenciais no município, que inclui a remoção de famílias de áreas de riscos, como é o caso das palafitas.

Na ocasião, o prefeito Darci Lermen (PMDB) prometeu que no dia 10 de maio, dia do aniversário de Parauapebas, vai entregar para as famílias da área os documentos de posse dos terrenos para onde serão removidos, juntamente com o kit de construção das casas.

Segundo Amaral Araújo, representante da Associação dos Moradores das Palafitas de Parauapebas (AMPP), essa é uma conquista de anos de luta. Só ele, afirma que, como representante da comunidade, está há mais de um ano lutando para que fossem removidos dali. “É uma vitória para todas nós, que moramos aqui. Não tinha mais condições de continuarmos morando neste local, sujeitos a tragédias, como a que aconteceu agora, como a enchente, onde muita gente perdeu o pouco que tinha em casa”, diz o representante da comunidade.

#ANUNCIO 

De acordo com ele, no local há pelo menos 175 casebres construídos, onde moravam mais de 200 famílias, somando quase 400 pessoas. A ocupação começou há 11 anos, em cima de um varjão, para onde é escoado parte do esgoto de Parauapebas.

Ainda cheio de água podre, o odor fétido no local é insuportável. No final de janeiro, uma criança se acidentou ao subir no vaso sanitário para ligar o chuveiro improvisado e acabou vindo a óbito, sendo mais uma tragédia anunciada no local, que fica no centro de Parauapebas.

Amaral observa que os moradores saíram do local por conta própria, após a certeza por parte da prefeitura de que irão receber o auxílio do aluguel social. Uma parte está em casas de parentes, outra em casa de amigos e os que tinham alguma condição, alugaram residências. Uma parte, no entanto, ainda permanece no local, esperando ser chamada para receber o aluguel social.

Segundo ele, o governo garantiu que a partir desta sexta-feira, 16, irão começar a ser chamados, por ordem alfabética, para receber o benefício até construírem suas casas, no loteamento para onde serão remanejados. “O prefeito Darci nos garantiu que o loteamento será todo urbanizado, o que nos deixa muito feliz, porque, finalmente, teremos um lugar digno para morar”, afirma.

Os moradores decidiram já demolir os barracos, por conta própria, para aproveitar a madeira que ainda estiver em condições de uso. José Cristiano é um dos que decidiu demolir logo o barraco onde morou por seis anos.

No dia da enchente, a água atingiu quase meio metro sua casa e ele perdeu praticamente tudo o que tinha. O pouco que conseguiu salvar, Cristiano levou para uma casa, cedida para ele, por uma pessoa que se compadeceu da situação do desabrigado, que tem esposa e duas enteadas.   

Ainda morando na área, Edson da Silva, que também vive há seis anos no local, está aguardando receber o aluguel social para deixar as palafitas e viver uma nova história, longe da podridão e dos riscos de se acidentar a qualquer momento ao transitar por cima das tábuas podres, que servem de rua. “A hora que receber o benefício, dou adeus a este lugar”, ressalta Edson, que depois só espera conseguir um emprego, para mudar definitivamente de vida. (Tina Santos)