Correio de Carajás

Marabaenses ficam bem colocados em competição de Muay Thai

Sete atletas paraenses participaram no final de outubro – entre os dias 27, 28 e 29 – do Campeonato Brasileiro de Muay Thai Tradicional, organizado pela Liga Brasileira de Muay Thai Tradicional, em Brasília. De lá, o marabaense Yan Matheus, morador do Bairro Jardim União, trouxe no peito a medalha de campeão brasileiro até 59 kg, na categoria amadora.

Ele alcançou a posição em apenas seis meses de treinamento. Auxiliar de pedreiro, Yan trabalha ajudando o pai e ainda sai de casa todos os dias de bicicleta para ir à academia Família Chang de Muaythai Tradicional. “Eu jogava capoeira e sempre tive vontade de fazer Muay Thai aí conheci a academia pelo Facebook, vi alguns vídeos, mas nem sabia onde era. Um amigo meu começou a treinar lá e perguntei se poderia ir, fui lá, conversei direitinho e comecei a lutar”, diz.

O irmão mais novo se inspirou e também passou a ter aulas no local – que conta hoje com mais de 120 alunos. “Eu não pensava em lutar fui por impulso e foi muito trabalho, dedicação e muito suor. Meu irmão começou agora também, ele é mais novo, influenciei ele”. O objetivo de Yan é alcançar a categoria profissional. “Agora que eu comecei, tomei gosto pela coisa e pretendo me dedicar ainda mais para trazer mais medalhas para a gente”.

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A alimentação hoje é mais balanceada, regrada, e ainda assim ele precisou perder dois quilos para entrar no rinque na categoria da qual participa. “No meu caso, estreante, foram dois rounds de dois minutos, mas lá em cima é como se fosse uma hora, é cansativo, bate nervosismo e acaba não dando tanto gás, mas preparei bastante e chegando lá eu fiz o meu melhor”.

O ringue foi montado na Team Wand, academia de Wanderlei Silva, lenda brasileira do MMA. Ao todo, os atletas paraenses trouxeram duas medalhas de ouro e cindo de prata. O treinador Dinho Santos, que abriu a academia, conta os atletas foram levados à Brasília sem qualquer apoio externo. Yan, por exemplo, é bolsista e foi junto de mais um colega de ônibus até a capital. A inscrição dele Ian foi paga pela academia e a comitiva de Marabá, com 12 pessoas, ficou na pequena casa de uma atleta local.

De acordo com Dinho, mais de 100 atletas participaram do campeonato, organizado pela Liga Brasileira de Muay Thai Tradicional, reunindo atletas de vários estados. Em Marabá, diz, as artes marciais estão bastante desenvolvidas e caíram no gosto das pessoas. “Eu atribuo isso ao empenho da população em procurar saber mais, estuar mais e procurar cada vez mais arte marcial com responsabilidade. Também os professores que vêm se preparando cada vez mais”, afirma.

Além das academias especializadas em lutas, o esporte agora também ocupa espaço nas academias de musculação em geral. Apesar da disseminação, o treinador destaca que a maior dificuldade para os atletas é a falta de incentivo financeiro. “Creio que seja a dificuldade que todo professor de luta marcial tem em todo o país, a falta de recursos, falta de apoio para trabalhar um atleta. Para que tenha alta performance no campeonato nacional você tem que ter um acompanhamento nutricional, preparador físico, equipamentos de qualidade para treinar e tudo isso é um investimento alto”, declarou.

De acordo com ele, na academia que dirige o investimento foi alto neste sentido. “Nós mesmos fizemos muito auto investimento e tentamos conseguir o máximo de recurso para os atletas de lá. É a academia mais equipada da região para Muay Thai e a gente tenta fazer isso para que eles possam ter a melhor estrutura possível para que possam treinar e ter bom rendimento. Infelizmente não é uma realidade de modo geral, tem muito professor que consegue alto rendimento, mas passando muita dificuldade mesmo, principalmente financeira”, observa.

Por outro lado, ele diz que justamente essas dificuldades acabam incentivando muitos atletas e usa Yan Matheus como exemplo. “Ele é auxiliar de pedreiro e vai de bicicleta treinar todo dia, com afinco. Foi para lá e se consagrou campeão. A gente sempre comenta que a garra que ele tem naturalmente levou ele adiante. Eu creio que as dificuldades, por mais que sejam ruins em certo ponto, tornam o atleta mais duro”.

No ano passado, diz, havia certo apoio, mas em 2017 a fonte esgotou completamente. “Tivemos ótimos patrocínios com a participação deles em 2016. Este ano, infelizmente, não tivemos nenhum e tudo foi esforço da própria academia. Todos os alunos se juntaram e patrocinaram nossos atletas. Cada um deu um pouco e juntamos”.

O projeto da academia é inscrever um aluno no próximo ano para a categoria semiprofissional. Dinho explica que existe um ranking nacional dentro da liga e os melhores colocados são levados para lutarem na Tailânia, de onde o esporte é originário. “Queremos ter um profissional até 2020 ou 2021. No caso do Yan Matheus se a gente tiver um bom rendimento no próximo ano, em 2019 ele já pode ir para o semiprofissional”.

Os demais atletas do Pará que competiram foram Allan Bruno (campeão brasileiro 49Kg); Júlia Maria (vice-campeã); Joice Marcele (vice-campeã); Lázaro Neto (vice-campeão); Marco Chaves (vice-campeão); Nelson Aliss (vice-campeão). A academia possui turmas a partir dos 4 anos de idade, mas nem todos lá estão treinando para competir. Em muitos casos o foco é a saúde e o bem-estar.

“A luta marcial se enquadra em exercício aeróbico funcional. Tem estes dois estímulos, alto gasto calórico, melhora a flexibilidade, melhora o condicionamento da massa muscular, melhora a autoestima e existe um trabalho psicológicos. Temos mais de 120 alunos na nossa academia e apenas sete competidores porque só compete quem quer, quem tem desejo de subir num ringue e competir. A competição em si não é tudo na arte marcial, não podemos nunca direcionar ela apenas para a competição”, finalizou. (Luciana Marschall e Adilson Poltroniere)

 

Sete atletas paraenses participaram no final de outubro – entre os dias 27, 28 e 29 – do Campeonato Brasileiro de Muay Thai Tradicional, organizado pela Liga Brasileira de Muay Thai Tradicional, em Brasília. De lá, o marabaense Yan Matheus, morador do Bairro Jardim União, trouxe no peito a medalha de campeão brasileiro até 59 kg, na categoria amadora.

Ele alcançou a posição em apenas seis meses de treinamento. Auxiliar de pedreiro, Yan trabalha ajudando o pai e ainda sai de casa todos os dias de bicicleta para ir à academia Família Chang de Muaythai Tradicional. “Eu jogava capoeira e sempre tive vontade de fazer Muay Thai aí conheci a academia pelo Facebook, vi alguns vídeos, mas nem sabia onde era. Um amigo meu começou a treinar lá e perguntei se poderia ir, fui lá, conversei direitinho e comecei a lutar”, diz.

O irmão mais novo se inspirou e também passou a ter aulas no local – que conta hoje com mais de 120 alunos. “Eu não pensava em lutar fui por impulso e foi muito trabalho, dedicação e muito suor. Meu irmão começou agora também, ele é mais novo, influenciei ele”. O objetivo de Yan é alcançar a categoria profissional. “Agora que eu comecei, tomei gosto pela coisa e pretendo me dedicar ainda mais para trazer mais medalhas para a gente”.

A alimentação hoje é mais balanceada, regrada, e ainda assim ele precisou perder dois quilos para entrar no rinque na categoria da qual participa. “No meu caso, estreante, foram dois rounds de dois minutos, mas lá em cima é como se fosse uma hora, é cansativo, bate nervosismo e acaba não dando tanto gás, mas preparei bastante e chegando lá eu fiz o meu melhor”.

O ringue foi montado na Team Wand, academia de Wanderlei Silva, lenda brasileira do MMA. Ao todo, os atletas paraenses trouxeram duas medalhas de ouro e cindo de prata. O treinador Dinho Santos, que abriu a academia, conta os atletas foram levados à Brasília sem qualquer apoio externo. Yan, por exemplo, é bolsista e foi junto de mais um colega de ônibus até a capital. A inscrição dele Ian foi paga pela academia e a comitiva de Marabá, com 12 pessoas, ficou na pequena casa de uma atleta local.

De acordo com Dinho, mais de 100 atletas participaram do campeonato, organizado pela Liga Brasileira de Muay Thai Tradicional, reunindo atletas de vários estados. Em Marabá, diz, as artes marciais estão bastante desenvolvidas e caíram no gosto das pessoas. “Eu atribuo isso ao empenho da população em procurar saber mais, estuar mais e procurar cada vez mais arte marcial com responsabilidade. Também os professores que vêm se preparando cada vez mais”, afirma.

Além das academias especializadas em lutas, o esporte agora também ocupa espaço nas academias de musculação em geral. Apesar da disseminação, o treinador destaca que a maior dificuldade para os atletas é a falta de incentivo financeiro. “Creio que seja a dificuldade que todo professor de luta marcial tem em todo o país, a falta de recursos, falta de apoio para trabalhar um atleta. Para que tenha alta performance no campeonato nacional você tem que ter um acompanhamento nutricional, preparador físico, equipamentos de qualidade para treinar e tudo isso é um investimento alto”, declarou.

De acordo com ele, na academia que dirige o investimento foi alto neste sentido. “Nós mesmos fizemos muito auto investimento e tentamos conseguir o máximo de recurso para os atletas de lá. É a academia mais equipada da região para Muay Thai e a gente tenta fazer isso para que eles possam ter a melhor estrutura possível para que possam treinar e ter bom rendimento. Infelizmente não é uma realidade de modo geral, tem muito professor que consegue alto rendimento, mas passando muita dificuldade mesmo, principalmente financeira”, observa.

Por outro lado, ele diz que justamente essas dificuldades acabam incentivando muitos atletas e usa Yan Matheus como exemplo. “Ele é auxiliar de pedreiro e vai de bicicleta treinar todo dia, com afinco. Foi para lá e se consagrou campeão. A gente sempre comenta que a garra que ele tem naturalmente levou ele adiante. Eu creio que as dificuldades, por mais que sejam ruins em certo ponto, tornam o atleta mais duro”.

No ano passado, diz, havia certo apoio, mas em 2017 a fonte esgotou completamente. “Tivemos ótimos patrocínios com a participação deles em 2016. Este ano, infelizmente, não tivemos nenhum e tudo foi esforço da própria academia. Todos os alunos se juntaram e patrocinaram nossos atletas. Cada um deu um pouco e juntamos”.

O projeto da academia é inscrever um aluno no próximo ano para a categoria semiprofissional. Dinho explica que existe um ranking nacional dentro da liga e os melhores colocados são levados para lutarem na Tailânia, de onde o esporte é originário. “Queremos ter um profissional até 2020 ou 2021. No caso do Yan Matheus se a gente tiver um bom rendimento no próximo ano, em 2019 ele já pode ir para o semiprofissional”.

Os demais atletas do Pará que competiram foram Allan Bruno (campeão brasileiro 49Kg); Júlia Maria (vice-campeã); Joice Marcele (vice-campeã); Lázaro Neto (vice-campeão); Marco Chaves (vice-campeão); Nelson Aliss (vice-campeão). A academia possui turmas a partir dos 4 anos de idade, mas nem todos lá estão treinando para competir. Em muitos casos o foco é a saúde e o bem-estar.

“A luta marcial se enquadra em exercício aeróbico funcional. Tem estes dois estímulos, alto gasto calórico, melhora a flexibilidade, melhora o condicionamento da massa muscular, melhora a autoestima e existe um trabalho psicológicos. Temos mais de 120 alunos na nossa academia e apenas sete competidores porque só compete quem quer, quem tem desejo de subir num ringue e competir. A competição em si não é tudo na arte marcial, não podemos nunca direcionar ela apenas para a competição”, finalizou. (Luciana Marschall e Adilson Poltroniere)