Correio de Carajás

Funcionários são pegos de surpresa

Ser demitido – ficar sem o ganha pão sagrado de cada mês – é uma experiência complicada. Mas, pior do que ser demitido é chegar para trabalhar e encontrar seu local de trabalho fechado, sem aviso prévio. Foi exatamente isso que ocorreu com alguns dos poucos funcionários que restavam do grupo Big Ben em Marabá, cujas três unidades foram fechadas esta semana. No fundo, eles já sabiam que essa hora ia chegar. Mesmo assim, dizem terem sidos pegos de surpresa.

O fechamento das três unidades locais, que colocou no olho da rua cerca de 20 trabalhadores, ocorreu dentro do processo de recuperação judicial por que passa o grupo varejista Brasil Pharma, responsável pela gestão da rede de farmácias Big Ben. Ao todo, 40 unidades cerraram as portas em todo o Estado do Pará.

Sobre esta situação, o presidente do Sindicato dos Empregados do Comércio de Marabá e Região (Sindecomar), João Luiz da Silva Barnabé, confirmou que o fechamento das unidades da Big Ben não foi comunicado ao sindicato e tampouco aos funcionários, que foram trabalhar normalmente e deram com as portas fechadas. Mas, ele pondera que a situação do grupo já era falimentar havia algum tempo.

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Por outro lado, o sindicalista observa que o fechamento das lojas em Marabá serviu para suprir as unidades de Belém com as poucas mercadorias daqui, de modo que algumas situações de funcionários precisam ser resolvidas pela empresa, como é o caso de uma trabalhadora grávida que está de licença maternidade até março. Ela precisa ter a garantia de estabilidade até expirar o período da licença e não apenas o recebimento da rescisão trabalhista, encaminhamento para Seguro Desemprego e saque do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS).

Essa, pelo menos, é a opinião do advogado Haroldo Gaia, presidente da subseção da OAB em Marabá. “A massa falida da empresa é que tem que responder pelas rescisões dos funcionários, inclusive das funcionárias que estavam em regime de licença maternidade, nem que para isso a Justiça precise colocar os bens dos proprietários do grupo a penhora”, explica.

Impacto

Perguntado sobre qual o impacto do fechamento das lojas em Marabá, João Barnabé classificou a medida como extremamente negativa, inclusive para a cidade e não apenas para os trabalhadores demitidos, pois o que vem sendo propagado na mídia nacional é que existe uma melhoria na economia do país. “Só que este fechamento traz uma mensagem exatamente contrária a essa onda de otimismo”, pontua.

Questionado sobre qual a atuação do Sindecomar neste episódio, o presidente da entidade confirmou que vai procurar a empresa e fazer com que sejam garantidos os direitos trabalhistas de acordo com a lei, acrescentando que este fechamento agora, em fevereiro, pode ter sido uma estratégia do grupo para não ter um desembolso maior, uma vez que a convenção coletiva dos comerciários será em maio, e a partir dali o trabalhador poderia ter mais estabilidade.

Cobrança

Em nota, o Conselho Regional de Farmácia do Pará (CRF-PA) se solidarizou com os profissionais que perderam seus postos de trabalho e cobrou um posicionamento oficial sobre as demissões por parte da rede de farmácias. “Lamentamos imensamente que a súbita redução da rede tenha afetado de forma tão direta centenas de profissionais, abalando estruturas familiares e alterando planejamentos individuais e coletivos. Principalmente em um período de recessão e dificuldades que fazem parte das realidades dos lares brasileiros”, diz o CRF-PA.

Não é de hoje que a Big Ben vem enfrentando problemas. Nos últimos anos, a empresa perdeu fornecedores e muitos produtos já começavam a faltar nas prateleiras das farmácias da rede em Marabá. A situação ficou insustentável a tal ponto que no dia 10 do mês passado o grupo Brasil Pharma ajuizou um pedido de recuperação judicial com objetivo de tentar sanar seus problemas financeiros. O valor da causa foi de R$ 1,2 bilhão, prejuízo este, sustenta o grupo, causado pela crise econômica que vem atingindo o país nos últimos anos.

(Chagas Filho)

Ser demitido – ficar sem o ganha pão sagrado de cada mês – é uma experiência complicada. Mas, pior do que ser demitido é chegar para trabalhar e encontrar seu local de trabalho fechado, sem aviso prévio. Foi exatamente isso que ocorreu com alguns dos poucos funcionários que restavam do grupo Big Ben em Marabá, cujas três unidades foram fechadas esta semana. No fundo, eles já sabiam que essa hora ia chegar. Mesmo assim, dizem terem sidos pegos de surpresa.

O fechamento das três unidades locais, que colocou no olho da rua cerca de 20 trabalhadores, ocorreu dentro do processo de recuperação judicial por que passa o grupo varejista Brasil Pharma, responsável pela gestão da rede de farmácias Big Ben. Ao todo, 40 unidades cerraram as portas em todo o Estado do Pará.

Sobre esta situação, o presidente do Sindicato dos Empregados do Comércio de Marabá e Região (Sindecomar), João Luiz da Silva Barnabé, confirmou que o fechamento das unidades da Big Ben não foi comunicado ao sindicato e tampouco aos funcionários, que foram trabalhar normalmente e deram com as portas fechadas. Mas, ele pondera que a situação do grupo já era falimentar havia algum tempo.

Por outro lado, o sindicalista observa que o fechamento das lojas em Marabá serviu para suprir as unidades de Belém com as poucas mercadorias daqui, de modo que algumas situações de funcionários precisam ser resolvidas pela empresa, como é o caso de uma trabalhadora grávida que está de licença maternidade até março. Ela precisa ter a garantia de estabilidade até expirar o período da licença e não apenas o recebimento da rescisão trabalhista, encaminhamento para Seguro Desemprego e saque do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS).

Essa, pelo menos, é a opinião do advogado Haroldo Gaia, presidente da subseção da OAB em Marabá. “A massa falida da empresa é que tem que responder pelas rescisões dos funcionários, inclusive das funcionárias que estavam em regime de licença maternidade, nem que para isso a Justiça precise colocar os bens dos proprietários do grupo a penhora”, explica.

Impacto

Perguntado sobre qual o impacto do fechamento das lojas em Marabá, João Barnabé classificou a medida como extremamente negativa, inclusive para a cidade e não apenas para os trabalhadores demitidos, pois o que vem sendo propagado na mídia nacional é que existe uma melhoria na economia do país. “Só que este fechamento traz uma mensagem exatamente contrária a essa onda de otimismo”, pontua.

Questionado sobre qual a atuação do Sindecomar neste episódio, o presidente da entidade confirmou que vai procurar a empresa e fazer com que sejam garantidos os direitos trabalhistas de acordo com a lei, acrescentando que este fechamento agora, em fevereiro, pode ter sido uma estratégia do grupo para não ter um desembolso maior, uma vez que a convenção coletiva dos comerciários será em maio, e a partir dali o trabalhador poderia ter mais estabilidade.

Cobrança

Em nota, o Conselho Regional de Farmácia do Pará (CRF-PA) se solidarizou com os profissionais que perderam seus postos de trabalho e cobrou um posicionamento oficial sobre as demissões por parte da rede de farmácias. “Lamentamos imensamente que a súbita redução da rede tenha afetado de forma tão direta centenas de profissionais, abalando estruturas familiares e alterando planejamentos individuais e coletivos. Principalmente em um período de recessão e dificuldades que fazem parte das realidades dos lares brasileiros”, diz o CRF-PA.

Não é de hoje que a Big Ben vem enfrentando problemas. Nos últimos anos, a empresa perdeu fornecedores e muitos produtos já começavam a faltar nas prateleiras das farmácias da rede em Marabá. A situação ficou insustentável a tal ponto que no dia 10 do mês passado o grupo Brasil Pharma ajuizou um pedido de recuperação judicial com objetivo de tentar sanar seus problemas financeiros. O valor da causa foi de R$ 1,2 bilhão, prejuízo este, sustenta o grupo, causado pela crise econômica que vem atingindo o país nos últimos anos.

(Chagas Filho)