Correio de Carajás

Escolas boicotam desfile em retaliação à alteração do PCCR

Todos os anos, cerca de 40 escolas participam do desfile de 7 de Setembro em Marabá, em celebração à Independência do Brasil. Em 2017, contundo, há um protesto velado em forma de boicote ao evento e apenas uma delas resolveu participar da programação organizada pela SEMED (Secretaria Municipal de Educação). Apenas a Escola Felipa Serrão, do município, vai levar alunos para desfilar. Pelo Estado, a Plinio Pinheiro, na Marabá Pioneira, vai ao desfile. Entre as particulares, a representante será a Branca de Neve.

Segundo levantou a Reportagem, a grande maioria de diretores e professores definiu, em um grupo de Whatsapp, que não irá participar do desfile. Pelo menos dois diretores consultados pelo Portal (pediram para não ter seus nomes divulgados) confirmaram a informação e disseram que a orientação teria partido da coordenação do SINTEPP (Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública de Marabá) e eles e muitos outros colegas teriam ficado constrangidos em não seguir.

Por outro lado, procurada pelo Correio de Carajás nesta segunda-feira, a coordenadora do Sintepp em Marabá, Joyce Rebelo, negou que a entidade tenha influenciado os diretores para tomar essa medida. Todavia, disse que os alunos não vão desfilar só porque é tradição, ressaltando que o evento é, também, uma homenagem às autoridades que estão no palanque e a categoria está ressentida com isso.

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“A gente vem tentando diálogo com o prefeito Tião Miranda, encaminhamos ofício solicitando reunião na quinta para discutir uma emenda e não tivemos resposta. Essa perda na Câmara pode ser revertida, basta o prefeito querer, basta ele enviar um projeto. O gestor fez isso de forma totalmente arbitrária porque o projeto tramitou nas comissões, mas houve aceleração do PCCR dentro da Casa. Tínhamos 18 pontos e operamos 9 com alguns vereadores que ajudaram. E só conseguimos isso porque fomos lá para dentro da Câmara”.

Segundo Joyce, o descaso das escolas para com o desfile é um reflexo do processo do que aconteceu. “Não houve interferência do Sintepp, não fizemos nenhum tipo de nota ou documento, é só olhar nosso site. Os próprios trabalhadores estão enviando ofício para a Semed informando que não vão desfilar”.

Ainda de acordo com a sindicalista, a decisão dos diretores é importante porque reflete a consciência política da própria categoria. “É muito fácil retirar os direitos do trabalhador e agora querer que ocorra participação em desfile. A gente apoia a autonomia da decisão destes trabalhadores”, disse.

O secretário Luciano Dias disse que a Semed disponibilizou toda a logística necessária para que o desfile seja realizado. “O País vive um momento de crise de identidade em razão de problemas políticos. Licitamos tudo que era necessário para que acontecesse o desfile. Desde junho informamos às escolas para que se manifestassem sobre quem iria desfilar, porque é impossível que todas fossem à avenida, mas estranhamente apenas uma delas se dispôs”.

Segundo ele, a Semed recebeu informação de que alguns diretores e professores não estavam motivados a ir ao 7 de Setembro. Lamentavelmente, segundo Luciano, essas escolas não abriram diálogo com estudantes para saber se eles gostariam ou não de desfilar.

Na última semana de inscrição, apenas a Felipa Serrão decidiu desfilar e se inscreveu. “Percebe-se claramente que há motivação em que as escolas não participem e o desfile não é para homenagear autoridades no palanque. Não é nem nunca foi. O que se reverencia são a bandeira e a Pátria. Autoridades são passageiras, o País não”.

Ele reiterou que a Semed está preparada para dar suporte a todas as escolas que forem desfilar, mas infelizmente há negativa dos profissionais em atuar no desfile cívico. “Ensinar a obediência às instituições também faz parte do processo educacional”, pondera o secretário, dizendo que todo o processo educacional é voltado ao aluno e não professor.

Ainda segundo Luciano Dias, a sociedade, de um modo em geral, precisa entender que o governo está disposto a promover o desfile – e vai fazer isso – “diferente da história recente em que a gestão se negou a realizar o desfile”.

O prefeito Tião Miranda também se posicionou durante a inauguração da Escola Josineide Tavares na última sexta-feira e lembrou que todo brasileiro tem de parar pelo menos um dia no ano para relembrar como o País se libertou do peso de Portugal, do qual era colônia. “Em 7 de Setembro de 1822 o Brasil se tornou independente e precisamos celebrar isso em todas as gerações. O brasileiro tem de entender que só ele tem capacidade de resolver os problemas do Brasil e desfilar é para comemorar e resgatar esse patriotismo”, sustentou.

A Semed informou que o tema do desfile deste ano é “Educação: Ação Colaborativa, Responsabilidade Social e Sustentabilidade”. Na tarde de hoje, segunda-feira, 14, a diretoria da Secretaria de Educação realizou reunião com as instituições e escolas que irão participar da programação, que será realizada na Avenida Antônio Maia. (Luciana Marschall)

Todos os anos, cerca de 40 escolas participam do desfile de 7 de Setembro em Marabá, em celebração à Independência do Brasil. Em 2017, contundo, há um protesto velado em forma de boicote ao evento e apenas uma delas resolveu participar da programação organizada pela SEMED (Secretaria Municipal de Educação). Apenas a Escola Felipa Serrão, do município, vai levar alunos para desfilar. Pelo Estado, a Plinio Pinheiro, na Marabá Pioneira, vai ao desfile. Entre as particulares, a representante será a Branca de Neve.

Segundo levantou a Reportagem, a grande maioria de diretores e professores definiu, em um grupo de Whatsapp, que não irá participar do desfile. Pelo menos dois diretores consultados pelo Portal (pediram para não ter seus nomes divulgados) confirmaram a informação e disseram que a orientação teria partido da coordenação do SINTEPP (Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública de Marabá) e eles e muitos outros colegas teriam ficado constrangidos em não seguir.

Por outro lado, procurada pelo Correio de Carajás nesta segunda-feira, a coordenadora do Sintepp em Marabá, Joyce Rebelo, negou que a entidade tenha influenciado os diretores para tomar essa medida. Todavia, disse que os alunos não vão desfilar só porque é tradição, ressaltando que o evento é, também, uma homenagem às autoridades que estão no palanque e a categoria está ressentida com isso.

“A gente vem tentando diálogo com o prefeito Tião Miranda, encaminhamos ofício solicitando reunião na quinta para discutir uma emenda e não tivemos resposta. Essa perda na Câmara pode ser revertida, basta o prefeito querer, basta ele enviar um projeto. O gestor fez isso de forma totalmente arbitrária porque o projeto tramitou nas comissões, mas houve aceleração do PCCR dentro da Casa. Tínhamos 18 pontos e operamos 9 com alguns vereadores que ajudaram. E só conseguimos isso porque fomos lá para dentro da Câmara”.

Segundo Joyce, o descaso das escolas para com o desfile é um reflexo do processo do que aconteceu. “Não houve interferência do Sintepp, não fizemos nenhum tipo de nota ou documento, é só olhar nosso site. Os próprios trabalhadores estão enviando ofício para a Semed informando que não vão desfilar”.

Ainda de acordo com a sindicalista, a decisão dos diretores é importante porque reflete a consciência política da própria categoria. “É muito fácil retirar os direitos do trabalhador e agora querer que ocorra participação em desfile. A gente apoia a autonomia da decisão destes trabalhadores”, disse.

O secretário Luciano Dias disse que a Semed disponibilizou toda a logística necessária para que o desfile seja realizado. “O País vive um momento de crise de identidade em razão de problemas políticos. Licitamos tudo que era necessário para que acontecesse o desfile. Desde junho informamos às escolas para que se manifestassem sobre quem iria desfilar, porque é impossível que todas fossem à avenida, mas estranhamente apenas uma delas se dispôs”.

Segundo ele, a Semed recebeu informação de que alguns diretores e professores não estavam motivados a ir ao 7 de Setembro. Lamentavelmente, segundo Luciano, essas escolas não abriram diálogo com estudantes para saber se eles gostariam ou não de desfilar.

Na última semana de inscrição, apenas a Felipa Serrão decidiu desfilar e se inscreveu. “Percebe-se claramente que há motivação em que as escolas não participem e o desfile não é para homenagear autoridades no palanque. Não é nem nunca foi. O que se reverencia são a bandeira e a Pátria. Autoridades são passageiras, o País não”.

Ele reiterou que a Semed está preparada para dar suporte a todas as escolas que forem desfilar, mas infelizmente há negativa dos profissionais em atuar no desfile cívico. “Ensinar a obediência às instituições também faz parte do processo educacional”, pondera o secretário, dizendo que todo o processo educacional é voltado ao aluno e não professor.

Ainda segundo Luciano Dias, a sociedade, de um modo em geral, precisa entender que o governo está disposto a promover o desfile – e vai fazer isso – “diferente da história recente em que a gestão se negou a realizar o desfile”.

O prefeito Tião Miranda também se posicionou durante a inauguração da Escola Josineide Tavares na última sexta-feira e lembrou que todo brasileiro tem de parar pelo menos um dia no ano para relembrar como o País se libertou do peso de Portugal, do qual era colônia. “Em 7 de Setembro de 1822 o Brasil se tornou independente e precisamos celebrar isso em todas as gerações. O brasileiro tem de entender que só ele tem capacidade de resolver os problemas do Brasil e desfilar é para comemorar e resgatar esse patriotismo”, sustentou.

A Semed informou que o tema do desfile deste ano é “Educação: Ação Colaborativa, Responsabilidade Social e Sustentabilidade”. Na tarde de hoje, segunda-feira, 14, a diretoria da Secretaria de Educação realizou reunião com as instituições e escolas que irão participar da programação, que será realizada na Avenida Antônio Maia. (Luciana Marschall)