Correio de Carajás

Caso Carro-Forte: Ação policial pode ter evitado mega-assalto

Engana-se quem pensa que a ação da polícia em relação à quadrilha de assalto a carros-fortes se esgotou na última sexta-feira (19), com a prisão de dois acusados e a morte de outro bandido que trocou tiro com os policiais. Depois daquela turbulenta manhã no bairro Belo Horizonte, muita coisa aconteceu e provavelmente ainda vai acontecer. A cada dia que passa fica mais claro que a operação da polícia, muito provavelmente, impediu a realização de um mega-assalto nesta região.

Ouvido pelo jornal ontem (24), o superintendente regional de Polícia Civil, Marcelo Delgado Dias, confirmou que, além do fuzil ponto50, apreendido pela polícia, o bando tinha três casas alugadas em Marabá e ainda utilizava seis carros, dois dos quais foram apreendidos esta semana na terceira casa da quadrilha, no Delta Park.

O delegado observa que a logística montada pelos bandidos indica que, possivelmente, uma grande ação estaria prestes a ocorrer. “A possibilidade é muito grande, os indicativos são muito grandes”, relata Marcelo Delgado.

Leia mais:

Perguntado sobre qual o tamanho dessa organização criminosa, o superintendente respondeu que o poder de fogo dos acusados e a forma como agiram no assalto ao carro-forte no dia 30 de novembro entre Marabá e Eldorado do Carajás revelam se tratar de uma quadrilha de altíssima periculosidade.

Questionado sobre os carros encontrados no Delta Park, delegado Marcelo explicou que tudo leva a crer que a caminhonete S-10 e o Mitsubishi Pajero seriam utilizados na próxima ação da quadrilha.

Em relação às buscas aos quatro acusados que furaram o cerco policial na última sexta-feira e estariam embrenhados nas matas entre os municípios de Palestina do Pará e Brejo Grande do Araguaia, o delegado disse que está monitorando essa situação e espera conseguir prender o restante do bando.

Saiba Mais

Ainda de acordo com o delegado Marcelo Delgado, para entrar na casa que servia de terceira base dos criminosos foram utilizados policiais civis da Superintendência, do comando de Operações Especiais (COE) e também do Grupo Tático Operacional (GTO).

Delegado-geral explica operação passo a passo

Coordenadores da operação em Marabá, os delegados Evandro Araújo, diretor da Divisão de Repressão ao Crime Organizado (DRCO), e Ricardo do Rosário, titular da Divisão de Repressão a Furtos e Roubos (DRFR), explicaram que a operação foi deflagrada após confirmação de que os criminosos responsáveis pelo ataque estavam em Marabá.

Com apoio da Superintendência Regional de Marabá e da Seccional de Polícia de Marabá e ainda de policiais militares do Grupo Tático Operacional (GTO) da PM de Marabá, as equipes da DRCO e DRFR foram até a cidade. Inicialmente, foi preso Alexandro da Costa Souza, paraense de Marabá, que foi encontrado em uma caminhonete usada para transportar as munições e os explosivos usados no crime. Era Alexandro o responsável em guardar o material.

Com a prisão dele, os policiais localizaram o endereço onde o restante do grupo estava escondido. A casa ficava no bairro Belo Horizonte. Segundo o delegado Ricardo do Rosário, os outros componentes do bando desconfiaram da demora de Alexandro em retornar para o local e se posicionaram armados no muro da residência. No momento da chegada das viaturas ao local, os criminosos começaram a atirar contra os policiais. Na troca de tiros, o pernambucano Saulo Frederico Alves Freire, de apelido “Pernambuco”, foi morto. Ele chegou a usar o fuzil contra os policiais.

Durante a perseguição, os policiais prenderam o amapaense Josiel Oliveira Costa, natural de Macapá. Outros quatro integrantes do bando invadiram uma casa vizinha e fizeram duas pessoas reféns para tentar fugir. Os criminosos levaram as vítimas no carro da família. Durante a fuga, eles liberaram os reféns e seguiram no carro até as margens do rio Itacaiúnas, onde abandonaram o carro e se embrenharam nas matas.

Conforme os delegados, Alexandro Souza já tem passagem pela Polícia pelos crimes de roubo e porte ilegal de arma. Já Josiel responde a processos por roubo, homicídio e tráfico de drogas. Ele foi um dos presidiários que fugiram, em dezembro do ano passado, durante resgate de presos, no Complexo Penitenciário de Santa Izabel do Pará.

Arma dos criminosos derruba até helicóptero

Na segunda-feira (21), a Polícia Civil apresentou, em entrevista coletiva na Delegacia-Geral, em Belém, o fuzil calibre ponto50 apreendido, na última sexta-feira, 19, em Marabá, para prender integrantes de um grupo de assaltantes de banco. Além da arma, mais de 40 explosivos e munições de calibres ponto50 e 7,62 foram apreendidas. Dois foram presos e outros quatro homens fugiram. Um morreu em confronto com os policiais.

O grupo é apontado como responsável pelo ataque a dois carros-fortes que transportavam valores de agências bancárias, ocorrido no final de novembro do ano passado, no distrito de vila Sororó, entre Marabá e Eldorado dos Carajás. A Polícia Civil revelou que o grupo criminoso planejava praticar um novo assalto na região de Paragominas. O grupo também é apontado como responsável por ações criminosas no Maranhão.

O delegado-geral da Polícia Civil, delegado Rilmar Firmino, explica que o fuzil é um armamento de guerra, que pode ser usado em artilharia antiaérea e é capaz de derrubar um helicóptero e perfurar veículos com blindagem. Para se ter uma ideia, explica Firmino, a carabina 556, uma das armas usadas pelas Polícias, deslancha energia mecânica de 2 mil Joules. No fuzil ponto50, essa energia chega a 15 mil Joules.

Durante a coletiva de imprensa, o delegado-geral explicou como foi a ação dos criminosos que usaram o fuzil para parar dois carros-fortes da empresa Prosegur que seguiam pela estrada. “No ataque, eles atiraram com o fuzil e depois usaram os explosivos para abrir o carro-forte”, detalha o delegado, ao ressaltar que os tiros perfuraram a blindagem dos veículos.

Conforme o delegado-geral, uma arma como o fuzil apreendido percorre vários Estados brasileiros, nas mãos de criminosos, pois há poucas armas como essa no país. Segundo ele, os mesmos grupos criminosos que agem em outros Estados, atuam também no Pará. “O intercâmbio entre os grupos de criminosos no Brasil é grande. A maioria dos assaltantes que vem ao Estado é de fora”, detalha.

Ele ressalta que as polícias paraenses estão atuantes para prender integrantes desses grupos de assaltantes, a exemplo de dois grupos criminosos presos nos últimos dias no Pará. Na semana passada, um grupo de assaltantes de bando que planejava um novo assalto no interior do Estado foi preso em Capitão Poço, nordeste do Pará, durante operação das Polícias Civis do Pará e Maranhão. O mesmo grupo é apontado como autor de um assalto em Zé Doca, no Maranhão. (Agência Pará)

 (Chagas Filho)

Engana-se quem pensa que a ação da polícia em relação à quadrilha de assalto a carros-fortes se esgotou na última sexta-feira (19), com a prisão de dois acusados e a morte de outro bandido que trocou tiro com os policiais. Depois daquela turbulenta manhã no bairro Belo Horizonte, muita coisa aconteceu e provavelmente ainda vai acontecer. A cada dia que passa fica mais claro que a operação da polícia, muito provavelmente, impediu a realização de um mega-assalto nesta região.

Ouvido pelo jornal ontem (24), o superintendente regional de Polícia Civil, Marcelo Delgado Dias, confirmou que, além do fuzil ponto50, apreendido pela polícia, o bando tinha três casas alugadas em Marabá e ainda utilizava seis carros, dois dos quais foram apreendidos esta semana na terceira casa da quadrilha, no Delta Park.

O delegado observa que a logística montada pelos bandidos indica que, possivelmente, uma grande ação estaria prestes a ocorrer. “A possibilidade é muito grande, os indicativos são muito grandes”, relata Marcelo Delgado.

Perguntado sobre qual o tamanho dessa organização criminosa, o superintendente respondeu que o poder de fogo dos acusados e a forma como agiram no assalto ao carro-forte no dia 30 de novembro entre Marabá e Eldorado do Carajás revelam se tratar de uma quadrilha de altíssima periculosidade.

Questionado sobre os carros encontrados no Delta Park, delegado Marcelo explicou que tudo leva a crer que a caminhonete S-10 e o Mitsubishi Pajero seriam utilizados na próxima ação da quadrilha.

Em relação às buscas aos quatro acusados que furaram o cerco policial na última sexta-feira e estariam embrenhados nas matas entre os municípios de Palestina do Pará e Brejo Grande do Araguaia, o delegado disse que está monitorando essa situação e espera conseguir prender o restante do bando.

Saiba Mais

Ainda de acordo com o delegado Marcelo Delgado, para entrar na casa que servia de terceira base dos criminosos foram utilizados policiais civis da Superintendência, do comando de Operações Especiais (COE) e também do Grupo Tático Operacional (GTO).

Delegado-geral explica operação passo a passo

Coordenadores da operação em Marabá, os delegados Evandro Araújo, diretor da Divisão de Repressão ao Crime Organizado (DRCO), e Ricardo do Rosário, titular da Divisão de Repressão a Furtos e Roubos (DRFR), explicaram que a operação foi deflagrada após confirmação de que os criminosos responsáveis pelo ataque estavam em Marabá.

Com apoio da Superintendência Regional de Marabá e da Seccional de Polícia de Marabá e ainda de policiais militares do Grupo Tático Operacional (GTO) da PM de Marabá, as equipes da DRCO e DRFR foram até a cidade. Inicialmente, foi preso Alexandro da Costa Souza, paraense de Marabá, que foi encontrado em uma caminhonete usada para transportar as munições e os explosivos usados no crime. Era Alexandro o responsável em guardar o material.

Com a prisão dele, os policiais localizaram o endereço onde o restante do grupo estava escondido. A casa ficava no bairro Belo Horizonte. Segundo o delegado Ricardo do Rosário, os outros componentes do bando desconfiaram da demora de Alexandro em retornar para o local e se posicionaram armados no muro da residência. No momento da chegada das viaturas ao local, os criminosos começaram a atirar contra os policiais. Na troca de tiros, o pernambucano Saulo Frederico Alves Freire, de apelido “Pernambuco”, foi morto. Ele chegou a usar o fuzil contra os policiais.

Durante a perseguição, os policiais prenderam o amapaense Josiel Oliveira Costa, natural de Macapá. Outros quatro integrantes do bando invadiram uma casa vizinha e fizeram duas pessoas reféns para tentar fugir. Os criminosos levaram as vítimas no carro da família. Durante a fuga, eles liberaram os reféns e seguiram no carro até as margens do rio Itacaiúnas, onde abandonaram o carro e se embrenharam nas matas.

Conforme os delegados, Alexandro Souza já tem passagem pela Polícia pelos crimes de roubo e porte ilegal de arma. Já Josiel responde a processos por roubo, homicídio e tráfico de drogas. Ele foi um dos presidiários que fugiram, em dezembro do ano passado, durante resgate de presos, no Complexo Penitenciário de Santa Izabel do Pará.

Arma dos criminosos derruba até helicóptero

Na segunda-feira (21), a Polícia Civil apresentou, em entrevista coletiva na Delegacia-Geral, em Belém, o fuzil calibre ponto50 apreendido, na última sexta-feira, 19, em Marabá, para prender integrantes de um grupo de assaltantes de banco. Além da arma, mais de 40 explosivos e munições de calibres ponto50 e 7,62 foram apreendidas. Dois foram presos e outros quatro homens fugiram. Um morreu em confronto com os policiais.

O grupo é apontado como responsável pelo ataque a dois carros-fortes que transportavam valores de agências bancárias, ocorrido no final de novembro do ano passado, no distrito de vila Sororó, entre Marabá e Eldorado dos Carajás. A Polícia Civil revelou que o grupo criminoso planejava praticar um novo assalto na região de Paragominas. O grupo também é apontado como responsável por ações criminosas no Maranhão.

O delegado-geral da Polícia Civil, delegado Rilmar Firmino, explica que o fuzil é um armamento de guerra, que pode ser usado em artilharia antiaérea e é capaz de derrubar um helicóptero e perfurar veículos com blindagem. Para se ter uma ideia, explica Firmino, a carabina 556, uma das armas usadas pelas Polícias, deslancha energia mecânica de 2 mil Joules. No fuzil ponto50, essa energia chega a 15 mil Joules.

Durante a coletiva de imprensa, o delegado-geral explicou como foi a ação dos criminosos que usaram o fuzil para parar dois carros-fortes da empresa Prosegur que seguiam pela estrada. “No ataque, eles atiraram com o fuzil e depois usaram os explosivos para abrir o carro-forte”, detalha o delegado, ao ressaltar que os tiros perfuraram a blindagem dos veículos.

Conforme o delegado-geral, uma arma como o fuzil apreendido percorre vários Estados brasileiros, nas mãos de criminosos, pois há poucas armas como essa no país. Segundo ele, os mesmos grupos criminosos que agem em outros Estados, atuam também no Pará. “O intercâmbio entre os grupos de criminosos no Brasil é grande. A maioria dos assaltantes que vem ao Estado é de fora”, detalha.

Ele ressalta que as polícias paraenses estão atuantes para prender integrantes desses grupos de assaltantes, a exemplo de dois grupos criminosos presos nos últimos dias no Pará. Na semana passada, um grupo de assaltantes de bando que planejava um novo assalto no interior do Estado foi preso em Capitão Poço, nordeste do Pará, durante operação das Polícias Civis do Pará e Maranhão. O mesmo grupo é apontado como autor de um assalto em Zé Doca, no Maranhão. (Agência Pará)

 (Chagas Filho)