Correio de Carajás

Camponeses prometem resistir

Na manhã desta quinta-feira (14), logo nas primeiras horas, acontece a reintegração de posse da Fazenda Santa Tereza, onde fica o Acampamento Hugo Chávez, que abriga 300 famílias de camponeses. A decisão foi mantida pelo juiz José Amarildo Mazuti, titular da Vara Agrária de Marabá. A decisão foi mantida pelo magistrado depois de audiência realizada nesta quarta-feira (13) no Fórum da Comarca de Marabá.

Participante da audiência, o dirigente nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), Ulisses Manaças, informou que foram apresentados novos elementos para provar que as terras da fazenda Santa Tereza pertenceriam à União. Mas, mesmo assim, o juiz decidiu manter os despejos, que ocorrem com apoio de mais de 100 homens do Comando de Missões Especiais (CME).

Além da audiência, os sem-terra também fizeram protestos entre a Superintendência Regional do Incra e o prédio do Fórum de Justiça de Marabá, interrompendo parcialmente a Rodovia Transamazônica, nas proximidades da ponte do Rio Itacaiúnas. Segundo eles, trata-se de um ato contra os “despejos de Natal”.

Leia mais:

Em uma audiência anterior, as famílias haviam concordado em desocupar a área voluntariamente nesta quarta. Mas, por telefone, Manaças disse que a decisão dos acampados mudou depois de episódios de violência ocorridos no local na última terça, quando homens armados atiraram em direção ao acampamento. “Vamos ficar lá e vamos ver até aonde a gente consegue garantir o processo de resistência e depois ver alternativas que existem para as famílias”, diz.

O Ministério Público Federal (MPF) informou, em nota, que enviou um ofício a autoridades de segurança pública “pedindo providências urgentes para apuração sobre ataques de pistoleiros contra o acampamento do MST”. O órgão diz que, no pedido enviado às autoridades, é pedida urgência na apuração dos fatos devido à gravidade dos fatos noticiados.

Na ata da audiência desta quarta foi informado que o despejo será realizado nesta quinta, a partir das 6h. A orientação é que o Conselho Tutelar de Marabá acompanhe a operação. O juiz solicitou também que a Secretaria de Saúde do município providencie uma ambulância para o local.

O acampamento foi ocupado pelas famílias integrantes do MST no dia 8 de junho de 2014 e vem sendo alvo de consecutivos episódios de violência. Antes do ataque desta semana, o outro tiroteio promovido por pistoleiros no local ocorreu nos dias 15 e 16 de julho deste ano.

Dirigente estadual do MST, Manoel Souza, que é pai de quatro filhos, diz que o sentimento entre os moradores do local é de desamparo. “O que a gente sente hoje é desprezo do Estado. Na nossa cabeça, temos essa questão: não temos para onde ir, o que nós temos hoje, é a convicção de resistir”. 

Saiba mais

O acampamento Hugo Chávez fica a 35 quilômetros do centro urbano de Marabá, nas margens da Rodovia BR-155.

 (Chagas Filho com informações do Brasil de Fato)

 

Na manhã desta quinta-feira (14), logo nas primeiras horas, acontece a reintegração de posse da Fazenda Santa Tereza, onde fica o Acampamento Hugo Chávez, que abriga 300 famílias de camponeses. A decisão foi mantida pelo juiz José Amarildo Mazuti, titular da Vara Agrária de Marabá. A decisão foi mantida pelo magistrado depois de audiência realizada nesta quarta-feira (13) no Fórum da Comarca de Marabá.

Participante da audiência, o dirigente nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), Ulisses Manaças, informou que foram apresentados novos elementos para provar que as terras da fazenda Santa Tereza pertenceriam à União. Mas, mesmo assim, o juiz decidiu manter os despejos, que ocorrem com apoio de mais de 100 homens do Comando de Missões Especiais (CME).

Além da audiência, os sem-terra também fizeram protestos entre a Superintendência Regional do Incra e o prédio do Fórum de Justiça de Marabá, interrompendo parcialmente a Rodovia Transamazônica, nas proximidades da ponte do Rio Itacaiúnas. Segundo eles, trata-se de um ato contra os “despejos de Natal”.

Em uma audiência anterior, as famílias haviam concordado em desocupar a área voluntariamente nesta quarta. Mas, por telefone, Manaças disse que a decisão dos acampados mudou depois de episódios de violência ocorridos no local na última terça, quando homens armados atiraram em direção ao acampamento. “Vamos ficar lá e vamos ver até aonde a gente consegue garantir o processo de resistência e depois ver alternativas que existem para as famílias”, diz.

O Ministério Público Federal (MPF) informou, em nota, que enviou um ofício a autoridades de segurança pública “pedindo providências urgentes para apuração sobre ataques de pistoleiros contra o acampamento do MST”. O órgão diz que, no pedido enviado às autoridades, é pedida urgência na apuração dos fatos devido à gravidade dos fatos noticiados.

Na ata da audiência desta quarta foi informado que o despejo será realizado nesta quinta, a partir das 6h. A orientação é que o Conselho Tutelar de Marabá acompanhe a operação. O juiz solicitou também que a Secretaria de Saúde do município providencie uma ambulância para o local.

O acampamento foi ocupado pelas famílias integrantes do MST no dia 8 de junho de 2014 e vem sendo alvo de consecutivos episódios de violência. Antes do ataque desta semana, o outro tiroteio promovido por pistoleiros no local ocorreu nos dias 15 e 16 de julho deste ano.

Dirigente estadual do MST, Manoel Souza, que é pai de quatro filhos, diz que o sentimento entre os moradores do local é de desamparo. “O que a gente sente hoje é desprezo do Estado. Na nossa cabeça, temos essa questão: não temos para onde ir, o que nós temos hoje, é a convicção de resistir”. 

Saiba mais

O acampamento Hugo Chávez fica a 35 quilômetros do centro urbano de Marabá, nas margens da Rodovia BR-155.

 (Chagas Filho com informações do Brasil de Fato)