Correio de Carajás

Ciência e tecnologia: Feira expõe projetos e ultrapassa fronteiras

Segue até esta sexta-feira (16) a 1ª Feira Internacional de Ciência e Tecnologia de Parauapebas (Fepacti), com exposição de projetos de alunos e pesquisadores do município e outras cidades do Pará, assim como 18 estados brasileiros e três países. O vento começou na segunda-feira (12) e é organizado pela Secretaria Municipal de Mineração Ciência e Tecnologia (Semmect), em parceria com outros órgãos ligados a área de tecnologia.

Ao todo, 110 projetos estão em exposição na feira, realizada no Food Pebas Eventos. Além da exposição, estão sendo ministradas palestras e um curso voltado para professores de educação infantil com certificação. A Fepacti tem como público alvo estudantes, empresários e pesquisadores, mas é aberta para toda população.

De acordo com Russel Brasil, coordenador geral da Fepacti, o evento está fazendo exposição dos projetos selecionados e classificados nas feiras de ciências e tecnologia dos municípios participantes, assim como no âmbito internacional.

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Além do Brasil, participam da feira expositores do Chile, Paraguai e Uruguai. Segundo Russel, nesta quarta-feira o dia foi dedicado à exposição de pesquisas para custear projetos na área de geração de energia renovável, tratamento de água, saneamento básico, extração mineral e para atividades no campo. “O objetivo [da feira] é apresentar projetos que aliem baixo custo ao benefício à comunidade. Tem muitos projetos que custam valores baixos, mas com a mesma eficiência de maquinários que valem milhões”, explica.

Ele destaca que o objetivo da feira, além revelar novos pesquisadores e cientistas, é oportunizar os alunos de baixa renda a fazer uma faculdade ou curso técnico dentro da área em que são destaque. Para isso, uma das premiações do evento para os vencedores são bolsas de estudos em escolas particulares, universidades particulares e também institutos tecnológicos.

“Muitos alunos conseguem, muitas vezes, obter a nota do Exame Nacional do Ensino Médio para cursar uma faculdade, mas a família não tem como mantê-los na universidade. Muitos precisam trabalhar para ajudar na renda da família e isso prejudica nos seus estudos. Daí a inciativa do evento para ajudar esses estudantes a concluir seus estudos”, frisa.

Russel ressalta que o evento é reconhecido pelo Ministério da Educação, Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), bem como Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação, todos com representantes na feira.

Soluções

Feliz por participar do evento, Victoria Albuquerque Sampaio, de 15 anos, estudante do 1º ano do ensino médio da Escola Janela para o Mundo, de Parauapebas, levou para a feira o projeto que desenvolveu de um suporte para celular, que serve tanto para pessoas sem deficiência física, como para quem não tem os braços.

Victoria Sampaio projetou suporte para celular

Ela diz que desenvolveu o projeto após ver um rapaz, que não tinha os braços, ter dificuldades para usar o aparelho. “O suporte é regulável para todo tipo de celular e também para tablet. É também ideal para quem tem problemas de coluna, porque ajuda na postura da pessoa”, detalha a aluna.

Vindo de Macapá, capital do Amapá, Jully Monteiro, que estuda no Centro de Tecnologia e Alimentos do Amapá (Ifap), está expondo na feira o projeto que desenvolveu para gestão de resíduos, que ensina a construir biodigestores para o aproveitamento de restos de pescado. Segundo ela, o projeto piloto está sendo desenvolvido na Escola Estadual Maria do Carmo Viana dos Anjos, em Macapá.

“Nosso estado tem uma grande produção de pescado e boa parte dos resíduos dessa atividade é descartada no entorno das feiras onde são comercializados, gerando mau cheiro e atraindo urubus e vetores de doenças como ratos e moscas. Realizamos uma pesquisa de campo sobre isso e decidimos fazer um projeto que ajudasse a reduzir e esse impacto ao meio ambiente e ainda gerasse renda a comunidade, daí surgiu o biodigestor, feito só com material reciclável”, detalha.

Jully Monteiro inventou biodigestor feito com material reciclável

Jully Matos explica que o processo é simples. O material orgânico é coletado nas feiras e depois é moído e colocado dentro dos biodigestores na proporção de um para um. Ou seja, para cada 10 quilos de matéria orgânica são colocados 10 litros de água, que ficam por 30 dias nos biodigestores.

Desse processo são adquiridos três produtos: O gás metano, biofertilizantes e adubo orgânico. “O que ia para lixo e prejudicava a saúde das pessoas, agora gera renda”, comemora.

Ao final da feira, todos os participantes irão receber certificados e os vencedores as premiações, como bolsas de estudos.  (Tina Santos com informações de Ronaldo Modesto)