Correio de Carajás

Chegou a hora

Chegou a hora

O exercício do voto, apesar dos pesares, ainda decide o destino de um povo, seja para melhor ou pior. O que importa é ir à urna e votar com a esperança de que as coisas mudem, logicamente para melhor. Então, compareça na certeza de que está cumprindo seu dever de cidadão e cidadã. E vote naquele que você entende como melhor preparado para assumir o governo ou criar leis e lutar como seu representante nas casas legislativas. Bom voto.

Pesquisas elegem

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As últimas pesquisas no Pará sobre a eleição para o governo do Estado apontam que Helder Barbalho (MDB) deverá vencer a eleição no primeiro turno. Mais do que as pesquisas, sempre oscilantes e às vezes inconsistentes, o burburinho das ruas em todas as regiões indica uma vitória até folgada. O principal adversário de Barbalho, o deputado Márcio Miranda (DEM), não conseguiu emplacar como candidato do governador Jatene. Aliás, a própria rejeição de Jatene impediu a decolagem de Miranda.

Pressão ao Judiciário (1)

A decisão da mineradora norueguesa Norks Hydro de paralisar temporariamente suas atividades de produção e industrialização de alumina, transformando-a em alumínio, revela o claro objetivo de pressionar a justiça paraense. A Hydro está com metade de suas atividades embargadas desde fevereiro deste ano por decisão do juiz de Barcarena, Iran Sampaio. Ela recorreu, mas o desembargador Leonam Cruz, do Tribunal de Justiça, manteve a decisão do juiz.

Pressão ao Judiciário (2)

A Hydro voltou a recorrer, em março, contra a decisão de Leonam Cruz, mas o próprio TJ ratificou por unanimidade o entendimento do desembargador. A Justiça Federal, para onde o caso foi remetido em virtude do interesse da União, também manteve a suspensão parcial das atividades industriais da Hydro. A proibição é de a refinaria usar o depósito de resíduos sólidos 2 (DRS2), enquanto não for emitida a licença de operação e comprovada sua capacidade em eficiência e segurança.

Pendências e erros

É lógico que, apesar de a Hydro e os Ministérios Públicos Federal e Estadual, terem assinado um TAC no qual a empresa terá de assumir uma série de pendências com as comunidades impactadas pela contaminação oriunda do lançamento de rejeitos químicos nos rios, poços e igarapés de Barcarena, a empresa preferiu adotar uma outra estratégia. Se tivesse agido com responsabilidade social, tentando ao menos reparar os erros cometidos, a Hydro teria melhores condições de pleitear judicialmente a retomada total de sua produção.

Empregos e vidas

Os empregados da Hydro irão protestar na porta do TJE e da Justiça Federal para defender seu direito ao trabalho, o que é justo. Mas e as comunidades impactadas pelo envenenamento, quando terão direito à própria saúde, além de outros prejuízos sofridos? Que a empresa responda.

 

_________________________BASTIDORES ____________________

* Defensor das 70 comunidades contaminadas pela Hydro em Barcarena, o advogado Ismael Moraes declarou à coluna que a empresa, na verdade, deveria ter sido totalmente paralisada desde fevereiro.

* Segundo Moraes, a própria Hydro deveria ter tomado essa atitude para rever todas as irregularidades que não estão apenas na planta industrial.

* “As licenças inválidas iniciam na origem da cadeia: o licenciamento da mina de onde se extrai bauxita não contempla nenhum estudo de geoquímica que possa justificar o despejo direto de mais 5 substâncias potencialmente cancerígenas – além de quantidade idêntica de radioativas”, afirma o advogado.

* O problema estaria no principal sistema de depósito de rejeitos, o DRS2, que foi construído sobre uma Reserva Ecológica que faz parte do projeto industrial como área de amortecimento para proteger as comunidades.

* Ocorre que a Secretaria Estadual de Meio Ambiente (Semas), “em uma de suas fraudes”, acusa Moraes, autorizou o desmatamento e o aterro de nascentes.

* A coluna não é conselheira de ninguém, mas que tal o eleitor coagido a vender o voto não aproveita e denuncia o assediador ao Ministério Público Eleitoral? Fica a dica.