Correio de Carajás

Bolsonaro anuncia novo ministro das Relações Exteriores

O presidente eleito Jair Bolsonaro anunciou nesta quarta-feira (14) que o diplomata Ernesto Araújo será o novo ministro das Relações Exteriores.

Segundo Bolsonaro, Araújo é diplomata de carreira há 29 anos e um “brilhante intelectual”.

De acordo com o site do Itamaraty, Araújo é o atual diretor do Departamento dos Estados Unidos, Canadá e Assuntos Interamericanos.

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Bolsonaro já havia afirmado em entrevistas coletivas que o futuro ministro da pasta seria alguém da carreira.

O atual ministro da pasta, nomeado pelo presidente Michel Temer, é o senador licenciado Aloysio Nunes (PSDB-SP), que não é da carreira do Itamaraty.

Negócios ‘sem viés ideológico’

Após anunciar o nome de Ernesto Araújo pelo Twitter, Bolsonaro concedeu uma entrevista coletiva no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) em Brasília, onde funciona o gabinete de transição.

Na entrevista, disse ter escolhido o diplomata para o cargo pelo perfil de Araújo.

“Ele [futuro ministro] tem 29 anos no ministério, então é uma pessoa bastante experiente já, apesar de ser uma pessoa jovem, com 51 anos de idade”, afirmou o presidente eleito.

“Obviamente, [o ministro terá de] motivar o MRE [Ministério das Relações Exteriores], incrementar a questão de negócios no mundo todo sem viés ideológico de um lado ou de outro e ter iniciativa”, afirmou Bolsonaro.

Durante toda a campanha eleitoral, Bolsonaro disse que buscaria manter relações com outros países “sem viés ideológico”.

Disse reiteradas vezes, por exemplo, que incentivaria a China a “comprar no Brasil, não a comprar o Brasil”.

O presidente eleito Jair Bolsonaro e o futuro ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo — Foto: Alvaro Costa/TV Globo
O presidente eleito Jair Bolsonaro e o futuro ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo — Foto: Alvaro Costa/TV Globo

Novo ministro

Ao lado de Bolsonaro, Enersto Araújo disse que à frente do Itamaraty fará uma política “efetiva em função do interesse nacional”, tornando o Brasil um país “atuante”, “próspero” e “feliz”.

Questionado se pretende aproximar o Brasil de alguns países, respondeu:

“Sem preferências, temos relações excelentes com todos os parceiros para incrementar as parcerias em benefício de todos e do povo brasileiro, sobretudo”, afirmou.

“Nós não podemos abandonar nossos irmãos, que estão numa situação bastante complicada. Mas o governo federal não pode deixar que apenas o governo de Roraima e o de Boa Vista, basicamente, resolvam este assunto”, declarou o presidente eleito.

O presidente Michel Temer ao cumprimentar o presidente eleito Jair Bolsonaro, durante encontro no Palácio do Planalto — Foto: Alan Santos/PR
O presidente Michel Temer ao cumprimentar o presidente eleito Jair Bolsonaro, durante encontro no Palácio do Planalto — Foto: Alan Santos/PR

Temer no futuro governo

Durante a entrevista desta quarta-feira, Bolsonaro foi questionado se o presidente Michel Temer assumirá algum cargo no futuro governo.

Segundo a colunista Andréia Sadi, interlocutores de Temer tentam articular para o presidente assumir alguma embaixada após deixar o Palácio do Planalto.

“Não tenho conversação nenhuma com nenhum integrante do governo para conseguir uma embaixada fora do Brasil ou ocupar ministérios”, afirmou.

Bolsonado foi indagado, então, se está descartada a presença de Temer e do atual chanceler Aloysio Nunes no governo. Ao que respondeu:

“Quem estiver devendo para a Justiça não terá a mínima chance de continuar num governo meu. Quem não tiver devendo pode até conversar”.

Temer foi denunciado duas vezes pela Procuradoria-Geral da República à Justiça e é alvo de dois inquéritos no Supremo Tribunal Federal.

Ministros já anunciados

Além de Ernesto Araújo nas Relações Exteriores, o futuro governo já anunciou os seguintes ministros:

  • Paulo Guedes, economista (Economia);
  • Onyx Lorenzoni, deputado (Casa Civil);
  • Sérgio Moro, juiz (Justiça e Segurança Pública);
  • Augusto Heleno, general (Segurança Institucional);
  • Fernando Azevedo e Silva, general (Defesa);
  • Marcos Pontes, tenente-coronel (Ciência e Tecnologia);
  • Tereza Cristina, deputada (Agricultura).

Durante a campanha eleitoral, Bolsonaro informou que o objetivo era reduzir o número de ministérios de 29 para “no máximo” 15. Mas, nesta terça (13), declarou que o número deve ficar entre 17 e 18.